A mulher estava na 40ª semana de gestação; Com dilatação de 1 cm ela recebeu alta e foi orientada a voltar se as dores persistissem

Uma gestante de 30 anos perdeu o bebê após dar entrada no Hospital São José, em Nova Serrana. Sentindo dores, as quais ela acreditava ser de parto, Helineia Rodrigues procurou atendimento na unidade nesta terça-feira (19).

Entretanto, segundo informações do irmão da mulher, Elias Nascimento após a avaliação dos médicos e enfermeiros do local, foi constatada pouca dilatação para parto normal e com isso, a paciente recebeu alta. Ela está na 40ª semana de gestação. O parto estava previsto para entre 14 e 20 de novembro.

A gestante voltou a se sentir mal na madrugada desta quarta-feira (20) e retornou ao hospital, mas a morte do bebê foi constatada durante nova avaliação. Transtornada, a família da mulher aguarda o laudo que identificará a causa da morte da criança.

Família pede justiça

O irmão da gestante contou que ela foi encaminhada para o Hospital São José por volta de 16h após sentir dores. Na unidade, segundo ele, a paciente ficou na sala de parto e os médicos constataram que ela estava com um centímetro de dilatação.

A gestante permaneceu no local até aproximadamente 20h30. Ainda segundo Nascimento, foi dito pela equipe a ela que o bebê nasceria até as 20h. De acordo com o irmão, como isso não ocorreu, ela recebeu alta e foi orientada que se sentisse dor mais forte, que retornasse à unidade para que o parto fosse feito.

“Eu a busquei no hospital e ela estava se retorcendo. As dores continuavam a cada cinco minutos. Aí passava, ela conversava, as dores voltavam e ficava se remoendo e olhando na barriga dela, dava para ver que o bebê estava mexendo, as mãozinhas dele lá dentro”, descreveu.

Nascimento contou que a irmã estava aguardando o plantão da médica que a atendeu se encerrar para retornar ao hospital. A dor persistiu durante toda a madrugada de quarta, quando ela decidiu voltar à unidade. Já no hospital, foi detectado que o coração do bebê não estava mais batendo.

“Levaram-a para a sala de parto. O meu cunhado, que estava com ela, falou que aplicaram uma injeção em todo o corpo e aí nisso, já foi visto que pelo jeito então, perdeu o menino. Aí o bebê nasceu, tiraram o corpo dele, metade estava roxa e depois vieram falar conosco que ele veio à óbito”, falou o irmão.

Após o ocorrido, Elias também contou que foi feito um boletim de ocorrência e que uma equipe de Divinópolis foi até Nova Serrana para realizar a perícia. O corpo do bebê deve retornar ao município no fim dessa tarde.

“Iremos entrar com providências para ver o que vai acontecer. Graças a Deus temos muitos amigos aqui, um pessoal bem forte que está nos ajudando e vamos correr atrás dos nossos direitos, porque queríamos o João, mas do mesmo jeito que aconteceu conosco, pode ocorrer o mesmo com outras pessoas. Já ouvi falar muito aqui que já aconteceu vários outros casos com essa mesma doutora. Os policiais mesmo, quando chegaram para fazer o boletim, falaram: “nossa, já estamos com o currículo cheio desta mulher aqui”. E ela ainda continua. Eu fico bobo, como que essa pessoa continua ainda nessa profissão?” disse indignado.

Nascimento concluiu dizendo que Helinéia, que segue no hospital para avaliações, está transtornada e inconformada com o que aconteceu.

“Temos que ajudar ela agora nesse momento. Mas se Deus quiser, iremos correr atrás”, finalizou.

Hospital

O PORTAL GERAIS entrou em contato com o hospital, que por meio do diretor técnico, Renato Machado Coelho Filho, comunicou que está apurando internamente os fatos relacionados ao atendimento da gestante em questão.

A unidade também comunicou, em uma nota de esclarecimento, que todo o processo de avaliação do caso esta acontecendo em sigilo, assegurando a privacidade das partes, informando que não medirá esforços para concluir a investigação.

Além disso, o hospital concluiu que aguarda o parecer dos peritos do Instituto Médico Legal (IML), que foi acionado e que o setor de maternidade preza pela legalidade e ética, com suas apurações.