Janete disse que diretores estão sendo ameaçados para não divulgarem notas fiscais

Amanda Quintiliano

Em meio a paralisação dos professores, a vereadora de Divinópolis, Janete Aparecida (PSD) acusou, nesta terça-feira (19), o governador Fernando Pimentel (PT) de superfaturar materiais comprados para escolas da cidade. A informação chegou até ela por meio de educadores.

“Sabe porque as nossas diretoras estão sendo chantageadas? Porque temos notas, notas fiscais dentro das escolas de petecas que chegaram e custam em qualquer loja, R$4,90 com valor de R$12,90”, disparou.

Janete citou ainda a compram de caixas de som, segundo ela, com o valor acima do praticado no mercado.

“São caixas de som com preço exorbitando, sem entrada para pendrive”, enfatizou e acusou: “Foi o que o governador mandou. Tudo superfaturado”.

A vereadora criticou a falta de atuação dos deputados estaduais. Os desafiaram a trancar a pauta da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e a fiscalizarem.

“Cadê os deputados estaduais para tomar providências? Tranquem a pauta da ALMG […]Não tem ninguém de peito para conferir essas notas fiscais?”, indagou.

Greve

Janete cobrou posição dos deputados estaduais (Foto: Divulgação)

Na sexta (15), os professores de Divinópolis mobilizaram atos contra o atraso salarial e parcelamento. O movimento se intensificou ao longo desta segunda (18) e terça (19) em várias cidades do Estado atingindo mais de 800 escolas.

A categoria ainda não recebeu integralmente o salário referente a maio. Na sexta o governo anunciou que também parcelaria os salários daqueles que ganham até R$3 mil.

Além de Janete, o vereador Eduardo Print Jr. (SD) também mencionou a paralisação e disse que dois advogados do Estado foram encaminhados para Divinópolis com o intuito de coagir os diretores para não aderirem a paralisação.

Estado

Em nota, a Secretaria de Estado de Educação informou “que realizou a compra de materiais esportivos para as escolas estaduais de Minas Gerais por meio de um pregão eletrônico, conforme a legislação vigente, sendo que todo o processo ocorreu normalmente, dentro da legalidade. Os preços dos produtos adquiridos estavam dentro do preço de mercado, de acordo com as especificações definidas pelo setor demandante. No caso da peteca, por exemplo, o produto especificado é uma peteca oficial, com selo de certificação da Confederação Brasileira de Peteca, matéria-prima borracha com amortecedor em EVA e sinalizador, peso entre 41 e 42 gramas, penas brancas formando um quadrado de 0,03 metros de lado, com altura total da base ao topo da pena de 0,20 metros e diâmetro da base de 0,052. Também foram adquiridos instrumentos musicais e caixas de som para várias escolas da rede estadual que possuem projetos de educação integral e conservatórios de música, também por meio de pregão eletrônico, com as especificações determinadas pelo setor demandante”.

“Portanto, a Secretaria salienta que são improcedentes as denúncias sobre superfaturamento na compra e sobre possíveis ameaças a diretoras”, finaliza a nota.