Amanda Quintiliano

 

A droga foi encontrada em Afonso Cláudio no Espírito Santo (Foto: A Gazeta/Espírito Santo)

A droga foi encontrada em Afonso Cláudio no Espírito Santo (Foto: A Gazeta/Espírito Santo)

O GPS do helicóptero do deputado estadual Gustavo Perrella (Solidariedade), usado para transportar mais de 440 quilos de cocaína,avaliadas em R$ 50 milhões, já está com a perícia da Polícia Federal no Espírito Santo. Ele irá apontar se o trajeto relatado em depoimento pelo piloto Rogério Almeida é verdadeiro ou falso. Uma das hipóteses, não descartadas pela Polícia Federal, é de que a aeronave tenha sido carrega em outra cidade.

 

Ao PORTAL, o assessor de comunicação da Polícia Federal, Expedito Jorge disse que todas as possibilidades estão sendo investigadas, além dos depoimentos dos envolvidos e testemunhas. O assessor ainda disse ser delicado comentar qualquer informação apurada para não comprometer as investigações e não confirmou se o aeroporto de Divinópolis, “Brigadeiro Cabral” foi utilizado para carregar a droga.

 

Segundo ele, as precatórias já foram encaminhadas, via e-mail, ao delegado responsável pelo caso, Leonardo Damasceno, que aguarda, agora, o envio do documento para ser anexado ao inquérito. A Polícia Federal em Divinópolis fez a oitiva com o sócio da empresa Limeira Agropecuária e Participações Ltda, André Almeida, em Pará de Minas.

 

Com base nas precatórias e no material colhido será verificada a hipótese do piloto ter mentindo durante depoimento. Outro fator que poderá desmenti-lo é o resultado da perícia do GPS.

 

O delegado tem até o próximo dia 24 para concluir o relatório. A perícia, caso necessário, poderá pedir mais tempo para finalizar o trabalho.

 

Hipótese

 

Em depoimento, o piloto disse que a aeronave foi carregada com a pasta base em Avaré (SP) e abastecida em outras duas cidades, Campo de Marte (SP) e em Divinópolis, para depois seguir até Afonso Cláudio (ES). A versão poderá ser desmentida pela perícia a partir do trajeto apontado pelo GPS.

 

De acordo com dados disponibilizados pela fabricante da aeronave, Robinson Helicopter Company e divulgado pelo colunista da Veja, Reinaldo Azevedo, a capacidade não bate com o trajeto relatado. O peso máximo para um R-66 sair do chão é 1.225 quilos — ocorre que só a aeronave pesa 581 quilos, os dois pilotos (estimados) 140 quilos, além dos 445 da droga.

 

Para sair do chão o helicóptero só poderia estar abastecido com 59 quilos de combustível o que não seria suficiente para percorrer até Campo de Marte. A distância entre a cidade e Avaré é de 240 quilômetros e o combustível corresponde a 159 quilômetros. Se o tanque tivesse em sua capacidade máxima não seria possível decolar.