Servidores cruzam os braços por tempo indeterminado; Prefeito Firmino Júnior ameaça desconto em folha de pagamento
A greve dos servidores públicos de Bambuí, no Centro-Oeste de Minas, chegou ao segundo dia nesta quarta-feira (25/6) com adesão total de escolas e creches da zona urbana, afetando milhares de famílias. A paralisação, iniciada na terça-feira (24/6), envolve também motoristas, servidores da área de obras e profissionais da saúde, que estão atuando apenas em caráter emergencial, conforme determina a Lei de Greve (Lei 7.783/1989, art. 10).
Com apoio da população, os servidores protestam contra a Lei Complementar 001/2025, aprovada pela Câmara e sancionada pelo prefeito Firmino Júnior (Podemos). A norma, conforme o Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintram), abre brecha para terceirizações em massa e precarização dos serviços públicos. Desde o início das mobilizações, o chefe do Executivo não atendeu o sindicato nem abriu canais de negociação, desrespeitando o ofício de notificação que previa resposta em até 72 horas.
Pressão popular e Câmara acuada
A mobilização ganhou força após nova manifestação realizada na Câmara Municipal, na noite de terça-feira. Servidores lotaram o plenário e, ao fim da sessão, os vereadores deixaram o local sob protestos, sendo vaiados com gritos de “vergonha”. Pais e mães de alunos também se mobilizaram e entregaram um documento coletivo criticando a terceirização e pedindo que o prefeito reveja a decisão.
“Este desmonte e descaso do prefeito Firmino Júnior para com os servidores públicos é inaceitável. A greve segue firme até que o prefeito sente com o Sintram e revogue imediatamente a LC 001/2025”, afirmou a direção do sindicato em nota.
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Intimidação e ameaça de corte de ponto devido a greve em Bambuí
Mesmo diante da greve legal e amparada por ampla adesão da categoria, o prefeito usou as redes sociais para ameaçar os servidores. Ele afirmou que irá cortar o ponto de quem não estiver cumprindo carga horária, já a partir do mês de junho. A medida foi encarada como tentativa de intimidação.
Em resposta às críticas, Firmino alegou que a Lei Complementar 001/2025 não fere nenhum direito dos servidores, mas que há uma “falta de compreensão” sobre o texto. Segundo a prefeitura, foi feita uma readequação para garantir o funcionamento parcial das escolas, embora relatos indiquem que a rede municipal de ensino está 100% paralisada.
Próximos da greve em Bambuí
O Sintram confirmou que a greve seguirá por tempo indeterminado. A categoria planeja:
- Manter a paralisação até que haja negociação concreta;
- Mobilizar entidades e a sociedade civil;
- Realizar panfletagens pelas ruas de Bambuí para ampliar o apoio popular.
Atualmente, a greve atinge cerca de 90% dos 400 servidores municipais, segundo estimativas do próprio sindicato. Os 100% de adesão entre os professores reforçam a insatisfação generalizada com a gestão de Firmino Júnior, que permanece isolado politicamente mesmo após a aprovação de projetos controversos na Câmara.