Amanda Quintiliano

 

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O deputado estadual Gustavo Perrella disse desconhecer o uso da aeronave para o transporte de drogas (Foto: Divulgação)

O helicóptero apreendido com 443 quilos de cocaína pura, em Afonso Cláudio, Espírito Santo, pertence à empresa Limeira Agropecuária e Participações Ltda., com sede em Pará de Minas, dos filhos do senador Zezé Perrella (PDT-MG). Durante a operação, realizada neste domingo (24), quatro pessoas foram presas, dentre elas o piloto da aeronave que trabalhava para a empresa.

 

O advogado da família, Antônio Carlos de Almeida confirmou ao PORTAL que o helicóptero é da empresa, disse que a família foi vítima e atribui ao piloto a responsabilidade do crime. Segundo ele, o piloto não tinha autorização para pegar o helicóptero e já foi demitido. Ainda de acordo com o advogado, foi registrado um boletim de ocorrência por ele ter utilizado a aeronave sem autorização.

 

Em entrevista coletiva, em Belo Horizonte, um dos filhos do senador, o deputado estadual Gustavo Perrella disse que até então, a informação era de que a aeronave iria para manutenção. Afirmou também desconhecer o uso dela para o transporte de drogas. O helicóptero havia decolado de São Paulo para a região serrana do Espírito Santo.

 

 

O assessor de comunicação da Polícia Federal, no Espírito Santo, Expedito Jorge afirmou que o piloto declarou em depoimento ter autorização para utilizar o helicóptero para fazer freelance. Ainda segundo o assessor, em nenhum momento ele mencionou o nome da família como envolvida no crime. Expedito Jorge também disse que a Polícia Federal só teve conhecimento a quem pertencia a aeronave após a imprensa mencionar.

 

O homem não teve o nome divulgado até o momento. Ele era funcionário da empresa há um ano.

 

Operação

 

A operação foi desencadeada na noite deste domingo (24) após 20 dias de investigação. Quando os policiais chegaram ao local, as drogas já estavam prontas para serem despachadas em dois carros. Com os suspeitos também foram apreendidos R$ 16 mil.

 

A suspeita é que parte da cocaína seria utilizada para alimentar o tráfico internacional e a outra ficaria no Espírito Santo. Entretanto, como não houve, até o momento confirmação, os suspeitos foram enquadrados em tráfico interestadual, segundo o assessor de comunicação da Polícia Federal.

 

“Se durante as investigações chegarmos à conclusão de que houve tráfico internacional poderemos acionar o Ministério Público”, afirmou.

 

O helicóptero chamou a atenção dos policiais por não ser comum na região rural da comunidade.

 

A partir de agora também será investigado se o grupo que comprou a aproximadamente 15 dias o terreno onde houve o flagrante tem algum tipo de envolvimento com o tráfico.