Homem é identificado após agredir morador de rua em Itaúna; caso repercute no Dia da Consciência Negra
A Polícia Militar identificou, nesta quinta-feira (21/11), homem responsável por agredir um morador de rua em Itaúna, região Centro-Oeste de Minas Gerais. O caso ganhou destaque nas redes sociais após a divulgação de um vídeo que repercutiu no Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quarta-feira (20/11).
Nas imagens, o agressor, um morador de Pará de Minas, oferece R$ 10 ao homem em situação de rua, conhecido como “Djalma”, e, em seguida, o agride com um cinto. A Polícia Militar registrou o caso em boletim de ocorrência e identificou o autor. O documento seguirá para a Polícia Civil, responsável pelas investigações.
A PM segue em diligências para apurar os fatos e solicita que a população colabore com denúncias, utilizando os canais 190 ou o disque-denúncia 181.
Declarações no vídeo: “Safadeza, o que o vício faz”
No vídeo, o agressor exibe a nota de R$ 10 e, em tom político, diz: “Enquanto tiver Bolsonaro e Lula, será desta forma.” Em seguida, questiona: “Quer usar droga? Não quer trabalhar não?” Após retirar o cinto, ameaça a vítima e afirma que a agressão seria justificada pelo vício do homem em situação de rua.
O agressor tenta minimizar o ato, dizendo: “Isso aqui não é escravidão, não é pela cor dele não. Para Deus, todo mundo é preto, branco, cor de rosa. Isso é para mostrar a safadeza, o que o vício gera.”
Em seguida, completa: “Ao invés do Lula investir nas pessoas que estão doentes, igual esse cara…”
Repercussão política e social
A deputada estadual Lohanna França (PV) informou em suas redes sociais que acionará formalmente as polícias Militar e Civil. Além disso, provocará o Ministério Público.
“Vamos adotar todas as providências necessárias para garantir a justiça neste caso”, declarou a parlamentar.
O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) também se manifestou, classificando o vídeo como “o pior que já viu na vida”. Conforme vídeo do parlamentar, ele trabalhará para endurecer as leis contra atos racistas e preconceituosos, defendendo a pena máxima para esses crimes.
A Comissão de Promoção da Igualdade Racial da OAB de Itaúna emitiu uma nota de repúdio. Assim, destacando que acompanhará o caso para assegurar a adoção de todas as medidas jurídicas cabíveis.
“Manifestamos nosso repúdio à cena de agressão e reafirmamos nosso compromisso com a justiça e a igualdade”, afirmou a entidade.
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Polícia Civil
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que instaurou procedimento investigativo para apurar todas as circunstâncias relacionadas ao caso. Durante as diligências, a polícia intimou o suspeito, residente em Pará de Minas, para prestar esclarecimentos. Ela também vai ouvir a vítima nos próximos dias.
As investigações, que apuram a ocorrência dos crimes de racismo e tortura, seguem em andamento na Delegacia de Polícia Civil em Itaúna. Outras informações serão divulgadas em momento oportuno.