Rodrigo Dias
Milhares de pessoas optam pela penitência nesta época do ano. Transfiguram os rostos a fim de expressar a dor sofrida pelo filho do Criador, que se sacrificou para salvação da humanidade.
O Messias nasceu pobre, viveu a vida inteira no meio deles e no final ainda morreu crucificado e até mesmo negado pelo povo que tanto amou. A história de Cristo é conhecida por qualquer um que tenha frequentado o catecismo ou tenha passado por iniciação equivalente.
Sua preferência sempre foi pelos mais humildes. Aqueles que eram desamparados pelo poder e viviam ao sabor da própria sorte. Ele se fez homem para reconduzir a humanidade ao caminho do bem e da comunhão.
Cristo era homem santo. Andava de sandálias e comia na casa de estranhos. Tocava a ferida dos enfermos e com sua bondade as curava. Tirou muitos da cegueira absoluta, amolecendo corações de pedras.
Cristo não tinha vaidades. Conversava com todos sem distinção. A sabedoria vinha por meio de palavras e exemplos simples, absorvidos facilmente pelo seu povo. É único, filho de um Deus Pai, e mesmo assim não optou pela soberba.
O seu maior legado foram os ensinamentos. O amar ao próximo, a fraternidade e a compaixão. A preferência por uma vida simples, sim, mas sem submissão. Ensinou, ainda, que sempre há tempo para o arrependimento e a salvação. Revelando, assim, uma condição humana: o pecado. Pecamos todos os dias nem que seja em pensamento.
Se o primeiro mandamento é “Amar a Deus sobre todas as coisas”, bem que o principal pecado poderia ser a vaidade. Algo próprio do homem que remete a uma série de coisas que Cristo não experimentou.
Com todos os apelos do mundo moderno, o que não falta é tentação. É o diabo disfarçado de várias formas à espera do meu e do seu pecado. Caímos em tentação e renegamos os ensinamentos de Cristo.
Só os santos estão livres do pecado, o homem, não. Por essa razão, a penitência de hoje é olhar para dentro de nós e ver, ou melhor, sentir o peso da nossa falta.
Quaresma é tempo de tentações e provações. Os diabos estão à solta.