O tradicional horário de verão começa à zero hora deste domingo (15). Com sua chegada, a população de dez estados e do Distrito Federal deverá adiantar os relógios em uma hora. Essa alteração de horário vigorará até 17 de fevereiro de 2018, completando assim 126 dias de duração.
Segundo o engenheiro de planejamento energético Wilson Fernandes Lage, da Cemig, o objetivo dessa mudança é aumentar a segurança da operação do sistema elétrico brasileiro.
“Nesse período, há uma redução da demanda máxima por energia durante o horário de pico de consumo, que ocorre entre 18 e 23 horas”, afirma.
O engenheiro avalia, ainda, que a alteração do horário não tem nenhuma relação com o aumento do consumo de energia decorrente das altas temperaturas, típicas do verão, quando há uma maior utilização de equipamentos como aparelhos de ar-condicionado, geladeiras, ventiladores e freezers.
“Devido a esse aumento, o consumo na parte da tarde não é alterado com o horário de verão, mas a mudança colabora para que não haja a ocorrência de um segundo pico de consumo, já que as pessoas passam a aproveitar por mais tempo a luz natural do dia, evitando assim a ligação simultânea de chuveiros, por exemplo, e da iluminação artificial”, explica.
Redução de consumo prevista para Minas Gerais
Com a adoção do horário de verão, a Cemig espera uma redução na demanda máxima de 4,0%, equivalente a 350 megawatts (MW) de potência. Para se ter uma ideia, essa economia poderia abastecer a demanda de pico de município de 800 mil habitantes, equivalente à soma da população de Juiz de Fora e Sete Lagoas, em Minas Gerais.
A redução no consumo de energia é um benefício secundário, porém sempre desejável, pois as condições de geração de energia estão prejudicadas pelos baixos níveis de água em nossos rios e reservatórios, devido a uma sequência de anos com chuvas reduzidas. Nesse sentido, a economia esperada é de até 0,5%, que representa cerca de 110.000 megawatts-hora (MWh), suficiente para abastecer Belo Horizonte por nove dias.
Para os consumidores comerciais e residenciais, o consumo de energia pode reduzir até 5%, , devido ao menor tempo de utilização da iluminação artificial.