Sindicato afirma ter se recusado a assinar o termo por discordar das condições impostas pelo hospital; Plebiscito vai definir

O Complexo de Saúde São João de Deus, em Divinópolis, e o Sindicato dos Enfermeiros e Profissionais de Saúde (Sindess) atingiram um impasse na decisão do aumento do auxílio alimentação para os colaboradores. O Sindicato se recusa a assinar o termo aditivo proposto, afirmando que é apresentado  de maneira diferente do anunciado pelos representantes do complexo. O aumento é discutido desde o início do ano, tendo sido inicialmente recusado pelo hospital e mantido no valor de R$ 234,00. 

De acordo com o Sindess, é solicitado pelos trabalhadores um aumento do auxílio desde abril deste ano, tendo sido recusado devido à situação financeira em que se encontra o país desde o início da pandemia do novo coronavírus. Contudo, no dia 13 de agosto foi publicado pelo complexo a vigésima edição do quadro “Hora da Notícia”, que além de comemorar 5 anos da nova gestão anunciou o aumento do ticket alimentação em 49% do valor, sendo assim R$ 350.

Proposta

Na proposta oferecida seriam considerados um valor de R$ 300 de ticket e um acréscimo bônus de R$ 50,00 aos colaboradores, que teria início já em setembro. Em reunião realizada na última segunda-feira (24), o Sindicato recusou assinar o termo aditivo proposto, por discordar das condições impostas, como a perda do direito ao bônus em caso de faltas justificadas ou injustificadas, afastamento, incluindo por motivo de licença maternidade, atrasos e/ou adiantamentos no horário de entrada ou saída do trabalho.

O CSSJ anunciou que devido à recusa do Sindess em assinar o termo, o aumento não poderá ser ofertado em setembro. 

Plebiscito

Devido ao impasse, o Sindicato dos Enfermeiros fará um plebiscito para decidir sobre a proposta. A apuração dos votos será feita na manhã desta terça-feira (01). 

Nota

Em nota, o CSSJ  reafirmou o reajuste que pode chegar até 49%.

“Esse aumento vem ao encontro de um de nossos principais objetivos que é a valorização de nossos profissionais especialmente nesse momento tão delicado que a saúde vem passando, em razão da pandemia do COVID-19. Este é ainda uma antecipação do presente de Natal dos colaboradores, momento em que nos anos anteriores, ofertamos um adicional no ticket alimentação, mas apenas no mês de Dezembro. Diferente desta ação, o adicional proposto será permanente, se perpetuará como benefício adquirido para todos os colaboradores”, afirmou.

Além do aumento, está sendo ofertado um bônus de R$ 50 para aqueles que cumprem com as condições citadas no aditivo. O colaborador não poderá: apresentar falta justificada ou injustificada; incorrer em falta disciplinar; ter o contrato suspenso, inclusive por afastamento previdenciário e licença maternidade; ter atraso ou saída antecipada do trabalho, observado a tolerância diária de 5 minutos na entrada e na saída; deixar de registrar o ponto, por qualquer motivo; deixar de cumprir as normas previstas no regimento interno do hospital.

“Cumprindo com essas condições, os colaboradores terão um aumento no valor do ticket saindo do valor atual de R$ 234 passando a receber R$ 350. Caso não cumpra, mesmo assim o colaborador será beneficiado com um ticket no valor de R$ 300. Importante destacar que, para que isso seja oficializado, é necessário comum acordo entre o hospital e o sindicato por meio da assinatura do aditivo, o que até o momento não tivemos sucesso junto aos representantes da classe, o que inviabilizou o aumento já nesta competência de agosto para recebimento em setembro/2020”, informou.

Ainda segundo a nota, “todos os direitos dos colaboradores já foram assegurados no começo do ano, tendo sido concedido não só aumento salarial, mas reajusto do ticket alimentação, ambos acima da inflação, motivo pelo qual o sindicato percebeu que todos os direitos dos trabalhadores estavam resguardados e assinou o acordo coletivo de trabalho. Desta forma aguardamos um retorno por parte do sindicato para que possamos de fato aplicar o benefício aos colaboradores”.