A audiência foi realizada em Itaúna (Foto: Divulgação/ALMG)

A Comissão de Agropecuária e Agroindústria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizou audiência pública em Itaúna para debater e buscar soluções para a falta de segurança nas comunidades rurais do Centro-Oeste mineiro. O encontro foi nesta terça-feira (28).

O deputado estadual Fabiano Tolentino (PPS), presidente da comissão, ressaltou que é preciso combater essa onda de crimes organizados.

“O que nos preocupa não é só o aumento de roubos e furtos, mas pelo volume de prejuízos. Se roubam 100 cabeças de gado, precisam ter caminhão, frigorífico, precisam conhecer a fazenda. Não é qualquer um que faz esse tipo de roubo. Isso indica a ação de uma quadrilha especializada, que tem estrutura para cometer esse tipo de crime e também tem receptador, porque ninguém consegue esconder 100 cabeças de gado em qualquer lugar”, enfatizou.

A audiência foi realizada em Itaúna (Foto: Divulgação/ALMG)

A audiência foi realizada em Itaúna (Foto: Divulgação/ALMG)

Tolentino ainda fez questão de destacar as dificuldades que as forças policiais enfrentam em Minas.

“Só para se ter uma ideia, em 2014, o Governo do Estado destinou R$ 33,3 milhões para investimentos em segurança. Em 2015, foram apenas 4,3 milhões, com 86% de queda. A Polícia Militar também recebeu quase R$ 100 milhões a menos. Dessa forma, fica quase impossível que nossas forças policiais consigam agir para combater a criminalidade”, comentou o presidente da Comissão.

Levantamento apresentado pela Polícia Militar, durante a audiência, aponta um crescimento de 37% no número de furtos na zona rural de região que abarca 50 municípios, a maioria no Centro-Oeste. O aumento foi observado entre os meses de janeiro e junho de 2016, em relação ao mesmo período no ano passado. Em junho deste ano, porém, houve um decréscimo de 14% nesse tipo de crime em relação ao mês anterior.

“Desde maio intensificamos o trabalho da patrulha rural, elaborando estratégias para tentar analisar as regiões com maior probabilidade de atuação dos criminosos. Agora já estamos buscando implantar o trabalho de geoprocessamento, catalogando todos os endereços, norteados por GPS. Isso vai facilitar a chegada das patrulhas rurais tanto para atendimento das demandas, quanto para o trabalho preventivo”, explicou o chefe da Seção de Emprego Operacional da 7ª Região da Polícia Militar, major Jocimar dos Santos.

O município de Pará de Minas, vizinho ao de Itaúna, será o primeiro a ser mapeado, mas, conforme informou o major, a intenção é levar o projeto para toda a região.

A falta de segurança nas comunidades rurais também foi tema de duas outras audiências públicas da Comissão de Agropecuária, uma realizada em Bom Despacho no dia 20 de junho e outra durante a abertura da Megaleite, em Belo Horizonte, no dia 21. Diante da preocupação do aumento no índice de criminalidade nas comunidades rurais, uma nova audiência será realizada em agosto, com representantes das forças policiais e também do Governo do Estado para debater essa situação.