Jairo diz ser amigo e vizinho de Marreco (Foto: Helena Cristino/CMD)

O ambientalista disse que acompanhou a ligação entre Marreco e Geraldo Passos; Afirmou ter orientado o denunciante a filmar entrega do decreto de nomeação e a chamar a polícia

Marcelo Lopes

O ambientalista Jairo Gomes e o vereador de Divinópolis,  Dr. Delano (MDB) prestaram depoimentos em oitiva realizada, nesta segunda-feira​ (09), em continuidade aos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga indícios da prática de atos lesivos ao interesse público por parte do Poder Executivo.

Jairo, em depoimento, disse que não tem nenhuma relação com Galileu Machado (MDB) e só teve contato com o prefeito em campanhas políticas, mas confirmou ser amigo Marcelo Marreco. A amizade nasceu a partir de conversas sobre as denúncias de Marreco sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O depoente afirmou que os dois são vizinhos.

Ele ressaltou que esteve no local por livre e espontânea vontade e que Marreco não o pediu para comparecer. Sobre o escândalo dos áudios, Jairo disse que está sendo retribuída a situação reversa dos fatos, ou seja, que Marreco está sendo tratado como vítima de tudo que aconteceu.

Áudios

Em seguida, foi novamente reproduzido o áudio da ligação entre Marreco e Galileu. Sobre a gravação, Jairo relatou que não estava presente na ocasião, contrariando o que Marcelo havia dito na oitiva dele, assim dando a justificativa de que o nomeado para o cargo público poderia ter ficado nervoso pelo fato de estar sendo ouvido.

Jairo disse que Marreco apresentou a gravação a ele tempos depois após a ligação ter ocorrido. Para ele, o áudio deixa claro que foi oferecido o cargo ao denunciante sem a necessidade de trabalhar. O ambientalista ainda alegou ter ficado surpreso com a intimidade de Marreco e Galileu.

O ambientalista ainda confirmou estar junto com Marreco no momento da ligação do editor do Divinews, Geraldo Passos. Ele teria, coincidentemente buscar uma chave de fenda na residência do amigo.

Segundo o depoente, as ligações de Galileu e Passos foram entre um período de 15 dias e que quando o editor do blog ligou para Marreco, havia achado que pela desenvoltura da voz, que seria o secretário de governo. De acordo com ele, Marcelo botou o celular no modo viva voz e por isso, ouviu a ligação, dizendo para Marcelo ir até o fim na denúncia, ao invés de aceitá-la e ficar calado.

Na conversa, ele confirmou que presenciou Passos convidando Marcelo para ajudá-lo em uma cobertura em Itapecerica, durante uma longa ligação. De acordo com Jairo, após meia hora, Geraldo ligou novamente, dizendo que estava tudo certo para a viagem e que o documento estava pronto para a nomeação.

No depoimento aos membros da CPI, Gomes declarou que o jornalista estava atrapalhando a denúncia, que isso não é atitude de um profissional. Jairo afirmou também que não teve conhecimento do pedido de Marreco para nomeação.

Ao ser questionado sobre a legitimidade dos áudios, o depoente afirmou que a gravação entre Passos e Marreco foi linear e não teve edições. Ao ser perguntado sobre o que Marcelo falaria na tribuna, Jairo disse que não sabia o que se passava na cabeça do amigo, mas que Marreco comentou a ele que seria sobre as ligações.

Sobre a ida de Geraldo, a secretária de administração Raquel Oliveira e o secretário de governo Roberto Chaves, Jairo disse que não estava presente e pediu para que Marreco filmasse o ato. Dias depois, comentou ao vizinho que o mesmo cometeu um ato falho, devido não ter entrado em contato com a polícia para registrar um boletim de ocorrência.

Ele afirmou que o único contato que sabe entre Marreco e os vereadores, foi sobre a entrega da cópia dos CDs com os áudios. Também não soube de contatos de outras pessoas por telefone, além de Geraldo e Galileu.

Dr. Delano

Dr. Delano prestou depoimento como informante. Na oitiva de Marreco, o mesmo citou o nome do vereador. Em uma sabatina rápida, o parlamentar confirmou que Marreco estava acompanhando de um motoqueiro, quando foi ao consultório do edil. Porém não quis dizer o que o Marcelo fez no local, apesar de declarar que não sentiu tons de ameaça.