A mente humana é um universo controverso. Nela, há anjos e demônios que alimentam as nossas vontades. A mente humana é capaz de promover gestos nobres, humanos. Mas ela também caminha na direção do mal e é capaz das piores atrocidades que um homem pode fazer a outro.

rodrigo (1)

A notícia de um coronel reformado da polícia militar, de 62 anos, que teria abusado de uma criança de dois anos ilustra bem esta última possibilidade da mente humana.

Doença, leviandade, maldade, distúrbio. Enfim, vá-rios poderiam ser os termos que caracterizam esse lado doentio da mente humana. O que compele ao ato e o tempo de reflexão até a sua consumação são determinantes nestes casos, mas parece não haver culpa ou remorso.

Convivemos com os nossos anjos e demônios todos os dias. Temos nossas fraquezas e virtudes também. A diferença no controle que exercemos sobre nossas vontades e possibilita optar pelo certo, ao invés do errado.

Tudo que atenta contra a humanidade deve ser condenado e combatido. Tudo que fere e subjuga o outro também. O meu prazer pode significar a dor do outro. Uma satisfação marginal e egoísta que não soma e só denigre a nossa condição de ser racional.

Não se valendo de valores que permitem avaliar o certo do errado, o homem passa a agir por instinto. Sua condição de animal, rouba o que lhe distingue dos demais: a sua alma.

Sem medo da punição de uma força maior, o homem sem controle dos seus atos vira uma aberração e fica frio. Impassível com a dor do outro. Um algoz que sentencia e executa a sua vitima/presa.

Algo me chama a atenção nestes casos. Esse lado animal e obscuro do homem parece habitar um lado escuro da mente humana. Lá fica escondido e a pessoa consegue até ter uma vida normal, sem despertar suspeitas, mas basta uma ocasião e o sombrio do homem se manifesta.

A mente humana é campo vasto. Tudo esta lá. Um universo dentro do outro que se choca. Buraco negro que consome e também cria coisas. A mente é o escuro que necessita da luz da consciência e da humanidade.

O que você faz quando ninguém te vê?