A investigação apura se o aborto ocorreu de forma intencional e se o marido esteve envolvido no processo. (FOTO: Reprodução Redes Sociais)
A investigação apura se o aborto ocorreu de forma intencional e se o marido esteve envolvido no processo. (FOTO: Reprodução Redes Sociais)

A investigação apura se o aborto ocorreu de forma intencional e se o marido esteve envolvido no processo

Rute Maria dos Santos, de 38 anos, morreu após sofrer um golpe de gravata dado pelo marido em Lagoa da Prata, Região Centro Oeste de Minas Gerais. Dois dias antes do crime, na sexta-feira (11/10) ela havia sofrido um aborto.

A investigação apura se o aborto ocorreu de forma intencional e se o marido esteve envolvido no processo. Duas filhas de Rute confirmaram o aborto à polícia, que também investigam a ligação entre o procedimento e o feminicídio.

De acordo com o Delegado Ivan Lopes, não encontram o feto no útero de Rute, porém havia um sangramento indicando um possível aborto.

“O médico-legista não encontrou feto no útero da vítima, mas havia sangramento, indicando que ela sofreu ou praticou um aborto dias antes do homicídio. A investigação sugere que o crime está relacionado ao aborto. No entanto, nada justifica tanta brutalidade”, explicou o delegado.

O marido confessou o crime e está preso. O casal tinha quatro filhos: dois jovens de 19 e 20 anos, um adolescente de 17 anos e uma menina de 12 anos.

Ainda de acordo com PC- MG não existiam registros de medida protetiva contra o marido. De acordo com o delegado, se condenado, ele poderá receber pena de até 40 anos por feminicídio.

“Pela nova lei, a pena do feminicídio varia de 20 a 40 anos. Ela pode aumentar em até um terço porque a vítima tinha filhos adolescentes”, disse Ivan Lopes.

Feminicídio em Lagoa da Prata

Rute estava no carro com o marido de 50 anos quando tiveram uma discussão e ela foi morta após sofrer um golpe de gravata, no último domingo (13/10).

Após o crime, o suspeito voltou de carro para casa, no Bairro Sol Nascente, deixou o corpo de Rute na calçada e fugiu até uma estrada vicinal.

Ele atolou o carro, abandonou o veículo e voltou a pé até um bar no seu bairro, onde a polícia o prendeu em flagrante no domingo. Ele confessou o crime e contou o que havia acontecido.

“O autor foi preso em Lagoa da Prata, no mesmo bairro onde morava, Sol Nascente e o carro localizado na zona rural de Japaraíba. Ele disse que, após deixar o corpo, ele fugiu. Mas, no trajeto, ele se arrependeu e pegou o caminho de volta, mas o carro atolou no barro e continuou o trajeto a pé e parou em um bar”, afirmou o delegado.

A Polícia Civil informou que exames periciais constataram que a causa da morte de Rute foi asfixia indireta, resultante do golpe aplicado pelo homem que teve a sua prisão convertida em em preventiva e caso segue em andamento na Delegacia de Polícia Civil.