“Laiz venceu com o verbo “esperançar”, mostrando que, embora difícil e tortuoso, há sempre uma mulher disposta a lutar por outras mulheres e por todo o resto”

“Combatemos o bom combate”. A frase abriu a manifestação pública de Laiz Soares ao reconhecer a reeleição do prefeito Gleidson Azevedo (Novo) e ao agradecer pelos mais de 30 mil votos recebidos neste domingo (6/10). Sim, ela “combateu o bom combate” em quase 50 dias intensos de campanha.

Mas não é apenas sobre isso. Com uma coragem tremenda, ela foi a única que se dispôs a se colocar como alternativa ao grupo liderado por uma das principais lideranças políticas mineiras, o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos). Enquanto “velhas figuras” se omitiram — o que é atípico na política —, ela se expôs. Laiz trouxe propostas que acolhem as mulheres, que aliviam a saúde e que impulsionam o desenvolvimento. Com uma visão econômica liberal, mostrou que é possível conciliar também o social. Apresentou um plano engenhoso para uma administração que poderia prosperar.

Mas ainda não é apenas sobre isso. Laiz elevou a participação feminina na política, encorajou outras mulheres e mostrou que não há espaço para o medo quando há vontade de mudança.

Laiz Soares: “esperançar”

Gleidson venceu democraticamente e fez história nas urnas. Ninguém pode negar nem contestar. Laiz venceu com o verbo “esperançar”, mostrando que, embora difícil e tortuoso, há sempre uma mulher disposta a lutar por outras mulheres e por todo o resto.

Ela resistiu à violência de gênero, embora grande parte das pessoas ainda tenha resistência em reconhecer a amplitude desses ataques que diminuem e menosprezam as mulheres, usando adjetivos pejorativos que violentam sua honra. Basta dar uma olhada nos comentários nas redes sociais.

Se cabe parabenizar Gleidson e, não menos, a vice Janete Aparecida (Avante), também cabe enaltecer a coragem e o empenho que fizeram com que a oponente se apresentasse como alternativa ao atual projeto de governo.

A sagacidade e a inteligência de Laiz, bem como a possibilidade de uma mulher jovem em posição de poder, amedrontam não apenas homens, mas também outras mulheres contaminadas pela estrutura patriarcal que sempre os favoreceu. Essa realidade não se resume a Divinópolis; Tabata Amaral, em São Paulo, é outro exemplo.

Antes de ampliar a participação feminina na política e em tantas outras posições de poder, é necessário mudar uma cultura enraizada que favorece o patriarcado. É preciso compreender a importância de ter mulheres que representem outras mulheres na construção de uma sociedade que as enxergue e as beneficie.

Mas, enquanto isso não acontece, precisamos de várias “Laizes” que enfrentem o sistema, trazendo esperança de um governo capaz de transformar.