Alguns resultados deram negativos para leishmaniose; Veterinários serão ouvidos

Amanda Quintiliano

Laudos da perícia realizada para averiguar a eutanásia de animais no Centro de Referência de Vigilância em Saúde Ambiental (Crevisa), em Divinópolis, foram divulgados, nesta quinta-feira (03), pelo Ministério Público. Uma prévia do resultado foi apresentada na audiência pública realizada na noite de quarta-feira (02), na Câmara Municipal. Eles revelam imperícia e imprudência.

Foram analisadas as carcaças de 14 animais. O PORTAL teve acesso a 12 deles, dois ainda deverão ser divulgados pela promotoria. Deles, dois deram negativos para leishmaniose a partir de exame realizado pela Fundação Educacional de Formiga. O Crevisa levou em consideração apenas análise clínica e teste rápido.

Outros quatro deram positivo, porém só puderam ser confirmados pela Fundação após a realização de exames de sorologia não realizados pelos profissionais do Crevisa.

“Pode-se inferir que houve imperícia e imprudência realizar eutanásia de cão com suspeita clínica de LVC tendo como fulcro os achados clínicos e o a realização apenas do teste de triagem DPP”, consta em um dos laudos.

Um dos animais apresentava a doença e era necessária a eutanásia.

Em um dos casos, o responsável pelo animal assinou o Termo de Autorização de Eutanásia. Uma gata, foi diagnosticada com esporotricose – espécie de micose causada por fungo. A doença é passível de tratamento, entretanto a Fundação Educacional de Formiga entende que, neste caso, o município não pode ser responsabilizado.

“O serviço de controle animal de um município não pode assumir responsabilidades inata dos munícipes”, consta no laudo.

Também foi constatada a recomendação de eutanásia para um cão que recebeu diagnóstico de fratura de mandíbula.

Outros três, sendo um identificado como cinco filhotes, não tiveram as causas definidas.

Medidas

De acordo com o promotor responsável pelo caso, Leandro Wili os veterinários do Crevisa deverão ser ouvidos ainda este mês. A data não foi definida. Os laudos compõem a instrução de procedimento investigatório.

A perícia foi realizada após entidades de defesa dos animais denunciarem sacos plásticos com carcaças depositados no Crevisa. Na época, a prefeitura alegou que todos os animais foram diagnosticados com leishmaniose, dentre eles estava um dalmata. O laudo deste animal não foi divulgado até o momento.