Acid cobra providências; Nascentes diz que obras na região e “uso e costume” interferem na fluidez do tráfego

A liberação da primeira parte da duplicação da MG-050 no trevo do bairro Icaraí – acesso ao Centro Industrial – gerou congestionamento no sentido Belo Horizonte/Divinópolis. A obra era tratada como solução para a lentidão do tráfego gerado, principalmente, no horário de pico, entre as 17h e 18h.

Uma das principais reclamações é em relação ao tempo para o retorno de quem sai do Centro Industrial e vai no sentido Divinópolis.

“Levei exatos 33 minutos para fazer a rotatória, em função de uma blitz que estava sendo realizada pela Polícia Rodoviária naquele horário. Nada contra as blitz, pois se fazem necessárias no intuito de fiscalizar e prevenir. E, na hora de pico, ela (rodovia) não deveria nunca ser obstruída. Porém, faltou sensibilidade, pois criou um caos.”, relatou o empresário e ex-presidente da ACID, José Maria Nogueira.

Por causa dos transtornos, o empresário considera que é necessário repensar o trânsito neste trecho.

“Com a nova configuração da saída do bairro, só nos sobrou uma única alternativa de saída. Como pudemos observar (segunda-feira 22/2), travou tudo, a saída e o trânsito da rodovia.”, desabafa Nogueira.

Para os pedestres, o trecho tornou-se muito perigoso para se passar de um lado ao outro, onde existem diversos bairros, pois não existe passarela nem faixa de pedestre no trevo ou próximo dele. Também estão sendo prejudicados os ônibus coletivos que levam centenas de trabalhadores do Centro Industrial para outros pontos da cidade.

O viaduto foi liberado no dia 15 de fevereiro (Fotos: Divulgação/Acid)

Acid cobra conclusão da segunda parte

O primeiro lote ainda está longe de se tornar uma solução para o trevo do Centro Industrial e dos bairros do entorno. A Associação Comercial Industrial de Divinópolis (Acid) cobra da concessionária AB Nascentes a conclusão da parte dois da obra, chamada de lote dois. Ela vai do Km 118+940m ao Km 121+000m e está prevista para ser concluída até 12 de junho de 2022. O projeto desviará, no trevo, totalmente o trânsito no sentido Belo Horizonte/Divinópolis, possibilitando mais fluidez e segurança.

No entanto, segundo a ACID, a Nascentes das Gerais informou que existem pendências que extrapolam a alçada dela. Sobre essas pendências, a associação solicitou à Câmara Municipal de uma audiência pública com a participação da Cemig, Copasa, Prefeitura de Divinópolis, citados pela Concessionária como responsáveis pelos impedimentos para a conclusão da obra, com convite extensivo ao Ministério Público.

O ofício para a audiência já foi protocolado e o presidente da Câmara, vereador Eduardo Print Júnior (PSDB), em 18 de fevereiro, solicitou ao presidente da Comissão Permanente de Administração Pública, Infraestrutura, Serviços Urbanos e Desenvolvimento Econômico, vereador Josafá Anderson (CDN) para tomar as devidas providências.

As imagens captadas na tarde desta terça-feira (23/2), mostram parte do que os empresários do Centro Industrial e moradores daquela região passam diariamente há mais de 20 anos. Para a presidente da ACID, Alexandra Galvão, o sentimento é de pouca importância “àqueles que se dedicam a construir a cidade e a colaborar para o desenvolvimento econômico do município”.

“Esta é a realidade de quem trabalha. Esta é a realidade de quem empreende. Às vezes, para buscar as soluções devemos visualizar os problemas de cima para baixo como aparecem nas imagens aéreas. Como mudar esta realidade? Divinópolis merece o melhor. Para isso, a ACID solicitou um momento de ampla discussão com todos os envolvidos com o objetivo de buscar soluções”, enfatiza Galvão.

Uso e costume

Lentidão foi provocada no sentido Belo Horizonte/Divinópolis (Fotos: Divulgação/Acid)

Em nota a concessionária disse que a conclusão do viaduto finalizado no dia 15 de fevereiro resolveu um antigo conflito do tráfego local. Entretanto, justificou o congestionamento às obras ainda existentes na região.

“Por ser um segmento da rodovia que ainda recebe melhorias por parte da concessionária e que cuja velocidade máxima é de 40 km/h, em horários de início e final do expediente comercial, o km 118 pode gerar alguma lentidão, ao final do retorno sobre o viaduto, na via sentido Belo Horizonte/Divinópolis”, argumentou.

Disse que a concessionária monitora o trânsito e, dadas as melhorias que estão em curso, deverá haver avanço gradativo na fluidez do tráfego. Alegou ainda que o “uso e costume” de utilizar o novo traçado irá contribuir para melhor a fluidez do trânsito.

Estão previstos para o trecho obras tais como o retorno no km 118 sentido Belo Horizonte e o acesso ao bairro São Caetano pelo novo viaduto, acessos que serão liberados para o tráfego no próximo dia 12 de março.

Estão em fase de implementação as melhorias na sinalização e acabamentos no trecho recém-liberado, além da ampliação de faixa de aceleração ao final da alça de retorno sentido Divinópolis.

“E, ressaltamos que, deste conjunto de obras, a liberação do viaduto é apenas uma das etapas das melhorias da capacidade do trecho”, complicou.

Ainda no primeiro semestre deste ano serão iniciadas as obras de duplicação do km 118+940 ao km 121+000 com a construção de uma interseção em dois níveis no km 120+500 da MG-050, para acesso aos bairros Niterói e Lagoa dos Mandarins, próximo ao hospital Centro Integral de Saúde São Bento Menni. As obras serão complementares ao trecho próximo ao Distrito Industrial e garantirão a devida fluidez ao trafego na região, uma vez que após a saída do viaduto de retorno do bairro para o centro da cidade, a pista será toda duplicada.

A previsão de conclusão desta segunda etapa das obras é para junho de 2022 e o investimento total é de R$55,9 milhões.

Copasa

Em nota, a Copasa  informou “que todas as intervenções para remoção, substituição ou instalação da infraestrutura operada pela Companhia nos locais das obras da MG-050, incluindo a área próxima ao Distrito Industrial, em Divinópolis, são de responsabilidade da concessionária, conforme cláusulas contratuais”.

“A Copasa esclarece ainda que, neste momento, não há qualquer pendência junto à concessionária sobre essas intervenções”.

Matéria atualizada no dia 02/03 com a posição da Copasa.