Vinícius Luz

 

O lixo continua sendo queimado (Foto: Vinícius Luz)

O lixo continua sendo queimado (Foto: Vinícius Luz)

O depósito irregular de lixo hospitalar em um lote no Distrito Industrial continua queimando. Com cerca de três anos e oito meses desde que foi instalado no local, os resíduos ainda causam problemas na região. Com as chuvas, enxurradas espalharam resíduos pelo bairro. Furtos e incêndios estão causando mais transtornos.

 

A fumaça continua saindo de dentro da pilha de lixo e os moradores e trabalhadores da região acreditam que os resíduos estão alimentando o fogo que continua. O aspirante do Corpo de Bombeiros, Daniel Guimaraes, afirma que é muito difícil continuar mesmo durante tanto tempo. Apesar de resíduos do corpo humano exalarem gases durante a decomposição que podem alimentar as chamas, seriam necessários diversos elementos para que isso ocorresse.

 

“É muito difícil que mesmo com esses fatores o fogo se mantivesse. Além disso, seria necessária uma ignição” afirma Guimaraes.

 

De acordo com moradores e trabalhadores da região, que não quiseram se identificar, durante as chuvas ocorridas recentemente, eles viram um dedo na enxurrada além de resíduos como gazes e uma dentadura. Eles afirmam que ladrões invadiram o local, furtaram tambores e espalharam o seu conteúdo pela região e estes foram levados pela água pelas ruas do bairro.

 

Três anos

 

A empresa de Poços de Caldas responsável pelo lixo despejado irregularmente no local está na cidade desde 2010, a cerca de três anos e oito meses. Desde sua instalação, quando um galpão foi alugado, vem apresentando irregularidades na adequação das medidas de higiene e descarte do resíduo. No processo que está junto a vara da Fazenda Pública, encaminhado pela Prefeitura, há um longo relatório feito pela Vigilância Sanitária com um resumo do histórico de problemas apresentados pela empresa.

 

Em maio de 2012 ela foi autuada pela Superintendência Regional de Regularização do Meio Ambiente (Supram) e em julho do mesmo ano ela foi interditada pela Vigilância Sanitária por estar funcionando sem licença e com condições de trabalho insalubres. Em agosto do ano passado a empresa conseguiu se adequar, mas houve uma mudança na direção da responsável pelo lixo e com isso, o contato entre Prefeitura e os donos parece ter se tornado mais difícil segundo consta no relatório.

 

Porém, em nova vistoria feita em março de 2013 onde o lote vago com o lixo descartado a céu aberto foi descoberto, a

O depósito tem gerado transtorno para os moradores (Foto: Vinícius Luz)

O depósito tem gerado transtorno para os moradores (Foto: Vinícius Luz)

empresa foi multada novamente e notificada a retirar o material. Nesta mesma vistoria três funcionários foram descobertos no primeiro galpão alugado sem os equipamentos de segurança necessários para manusear os resíduos infectantes.

 

Em abril um caminhão foi flagrado descarregando o lixo no lote e este foi lacrado pela Vigilância Sanitária. Em 25 de maio deste ano houve o incêndio que atingiu o lote e destruiu parte do lixo gerando fumaça tóxica.

 

Retirada

 

A prefeitura aguarda a quebra do sigilo fiscal para identificar quem gerou o lixo hospitalar para assim exigir destas empresas que elas retirem o lixo já que a responsável não retorna mais os contatos das autoridades divinopolitanas. O lote foi cercado e interditado pela Prefeitura, mas recentemente foi descoberto que o portão estava aberto e a cerca dos fundos foi violada. Houve relatos de invasões em que suspeitos atearam fogo ao material. Uma equipe da secretaria de Operações Urbanas será escalada para cercar novamente o espaço e lacrar o portão da frente.