Vereador diz estar sendo atacado por defender a “família e crianças” e afirma estar tranquilo

A representação por quebra de decoro parlamentar contra o vereador de Divinópolis, Eduardo Azevedo (PSC) foi lida na reunião, desta terça-feira (31/8) da câmara. O documento foi protocolado pela vereadora Lohanna França (Cidadania) que alega perseguição e danos psicológicos.

Lohanna afirma que os discursos de Azevedo extrapolam a razoabilidade e o exercício do mandato de vereador. O acusa de manipular fatos e distorcer a realidade. Ela ainda afirma que ele incita a propagação de inverdades pela população.

 “Dando ensejo a um desgaste da autoestima e autoconfiança da vereadora, com consequente prejuízo à sua saúde psicológica”, consta na representação.

O clima entre os dois se esquentou após o vereador gravar dois vídeos a citando. A briga começou a partir de discussões envolvendo projetos, dentre eles o que proíbe a linguagem neutra nas escolas.

No documento a vereadora afirma que a perseguição teria se tornado “mais evidente e hostil” nos últimos dias.

Em um dos vídeos ele a chama de “vereadora comunista de iphone”, diz que ela “não tem peito para votar contra” os projetos propostos por ele e que por isso ela estaria “articulando para poder derrubar”.

A parlamentar ainda o acusa de agir com a  “única finalidade de persegui-la” e incitar a população contra ela, “por motivos que não espelham a realidade”.

“E incitam um discurso de ódio em desfavor da vereadora nas redes sociais, o que tem causado danos psicológicos à vereadora e sua equipe, além de riscos a integridade física destes”, consta na representação.

Para ela, a conduta do vereador fere a dignidade, a autoestimas e atrapalham o desenvolvimento das atividades dela.

“Exigindo que esta constantemente reafirme sua identidade e seu espaço de fala, um desgaste desnecessário e exaustivo”, argumentou.

Leia a representação na íntegra

“Atacado”

Em sua defesa, Azevedo diz que está sendo atacado por defender a “família e crianças”.

“Foi colocada uma representação, estou tranquilo (…) Porque estou tranquilo? O primeiro ponto é se a pessoa quer vir para a vida pública e não aceita receber críticas fica em casa. O parlamento tem discussões, tem debates e quando você discorda da opinião do outro, não quer dizer que você é perseguidor”, declarou em pronunciamento.

Ele ainda a acusa de mentir na representação ao cita-lo como uma das pessoas que teria incitado ataques quando, na época, do fechamento do comércio devido a pandemia da COVID-19. Ele diz que foi chamado na delegacia e que o procedimento policial foi arquivado.

“Quando você tenta vitimizar a sua imagem que já está queimada, que está arranhada, desgastada, por condutas imaturas ao defender o fechamento do comércio, tentar usar isso para ganhar palanque político em cima de mim não vai funcionar”, disparou.

Ele ainda disse que está “a inteira disposição do conselho de ética (corregedoria)”.

O que pode acontecer?

A representação segue para a corregedoria que deverá instaurar procedimento administrativo. Os vereadores deverão ser ouvidos. Ao término do processo é elaborado um parecer que será colocado em votação. Ele deverá apontar as penalidades caso chegue-se a conclusão que houve conduta indevida por parte de Azevedo.

Entre as penalidades estão:

  • Censura, verbal ou escrita;
  • Suspensão de prerrogativas regimentais;
  • Suspensão temporária do mandato por até 90 dias;
  • Perda do mandato.