Presidente destaca legado de solidariedade, justiça social e compromisso ambiental deixado pelo pontífice argentino
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou, nesta segunda-feira (21), luto oficial de sete dias pela morte do Papa Francisco. Em nota oficial, Lula ressaltou o legado do pontífice argentino Jorge Mario Bergoglio e lamentou profundamente a perda de uma “voz de respeito e acolhimento ao próximo”.
O presidente enfatizou que Francisco viveu e propagou valores essenciais, como o amor, a tolerância e a solidariedade. Conforme Lula, o Papa inspirou ações concretas de união e paz.
“Assim como ensinado na oração de São Francisco de Assis, o Papa buscou de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia”, afirmou.
Além disso, Lula destacou a atuação de Francisco em temas centrais da agenda social e ambiental global. De acordo com o presidente, com simplicidade, coragem e empatia, o Papa levou ao Vaticano o debate sobre as mudanças climáticas e denunciou os modelos econômicos geradores de injustiças e desigualdades.
Além disso, o chefe do Executivo também sublinhou o compromisso do pontífice com os mais vulneráveis. “Ele sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito”, declarou.
Lula relembrou ainda os encontros que teve com Francisco, acompanhado da primeira-dama Janja da Silva. Esses momentos, de acordo com ele, foram marcados por carinho e partilha de ideais comuns. “Pudemos compartilhar nossos ideais de paz, igualdade e justiça. Ideais de que o mundo sempre precisou. E sempre precisará”, afirmou.
Ao concluir a nota, o presidente desejou consolo a todos que sofrem com a perda do líder religioso. “O Santo Padre se vai, mas suas mensagens seguirão gravadas em nossos corações”, finalizou.
Encontros entre Lula e o Papa Francisco reforçaram laços e ideais comuns
O presidente Lula e o Papa Francisco se encontraram oficialmente em três ocasiões. O primeiro encontro aconteceu em 13 de fevereiro de 2020, no Vaticano. A reunião, de caráter privado, foi realizada na Casa Santa Marta — local onde o Papa costuma receber convidados em ambiente mais reservado. Durante cerca de uma hora, ambos conversaram sobre a importância da solidariedade. Além disso, falaram sobre o combate às desigualdades e da construção de um mundo mais justo e fraterno.
Em 21 de junho de 2023, já como presidente eleito, Lula voltou a se reunir com o pontífice, novamente no Vaticano. Na ocasião, reforçaram os laços de amizade e discutiram pautas globais. Dentre elas, por exemplo, como a promoção da paz, a preservação ambiental e a luta contra a fome e a pobreza. Na mesma visita, Lula convidou o Papa para visitar o Brasil, especialmente durante a celebração do Círio de Nazaré, em Belém (PA).
O terceiro encontro ocorreu em 14 de junho de 2024, durante a Cúpula do G7, realizada na região de Apúlia, no sul da Itália. Pela primeira vez, o Papa participou do evento como orador, abordando a necessidade de um uso ético da inteligência artificial e condenando o desenvolvimento de armas autônomas letais. Em uma reunião privada, Francisco e Lula retomaram o debate sobre a promoção da paz, o combate à fome e a urgente necessidade de reduzir as desigualdades globais.
Já em fevereiro de 2025, Janja da Silva teve um novo encontro com o Papa durante viagem a Roma, por ocasião da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Na reunião, ela agradeceu as orações pela saúde de Lula e compartilhou reflexões sobre a situação de mulheres e meninas afetadas pela fome e pela pobreza.
Primeira visita internacional de Francisco foi ao Brasil
Após ser eleito em 2013, o Papa Francisco escolheu o Brasil como seu primeiro destino internacional. Recebido pela então presidenta Dilma Rousseff, o pontífice participou da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), evento que reuniu milhões de jovens de diversos países.
Durante a visita, Francisco percorreu locais simbólicos. Esteve na Favela da Varginha, no Hospital São Francisco de Assis na Providência de Deus e celebrou missas para multidões em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Além disso, o Papa visitou o Santuário Nacional de Aparecida (SP), onde também atraiu uma multidão de fiéis, consolidando sua conexão com o povo brasileiro e com a fé católica no país.
Com informações da Agência Brasil
