O desafio para levar e trazer o filho se torna mais difícil com sol forte ou em dias de chuva; Ela pediu ajuda aos vereadores

Às segundas, quartas e sextas-feiras, Cleonice Pereira da Silva Gomes, percorre, no início e fim da tarde, 700 metros da casa dela, no Lagoa dos Mandarins, em Divinópolis, até uma rodovia próxima ao bairro, para levar o filho cadeirante, Luiz Henrique Pereira da Silva, de 30 anos, à uma van que o encaminha para o Instituto Helena Antipoff.

O desafio para levar e trazer o filho se torna ainda mais difícil, pois, além do sol forte, ou da chuva, o trajeto não possui calçamento. A mãe tenta a quase quatro meses, uma maneira para que Luiz seja buscado em casa, porém outras dificuldades impedem que isso aconteça.

“A Semed não deu autorização para a van ir à minha rua para buscar ele, pois dizem que o meu bairro é fora de rota e atrasaria as outras. Desde então é essa dificuldade, pois eu desço 12h para colocar meu filho na van às 12h30. Nesse horário, é um sol de rachar. No fim da tarde sempre chove e eu acabo buscando-o na chuva, a pé e já no escuro, pois pego ele às 18h30. Chegamos em casa às 19h”, disse Cleonice ao PORTAL CENTRO-OESTE.

Câmara

A situação de Cleonice foi relatada durante a reunião ordinária da Câmara Municipal, ocorrida nesta quinta-feira (28). Janete Aparecida (PSD), falou da dificuldade da mãe e criticou as imposições feitas pela Secretaria de Educação.

“Eu não consigo ter esse entendimento, estou passando esta denúncia também à Comissão de Educação, para apurar em conjunto com a Comissão de Defesa à Pessoas com Deficiência e estou vendo outras alternativas. O que nós não podemos é deixar essa mãe neste sofrimento”, disse a vereadora.

Janete disse também o seguinte.

“A secretaria ofereceu um cartão para que a mãe fosse de ônibus, junto com o filho, até a rodovia e que este cartão seria utilizado para que ela também não voltasse a pé. Pasmem. Como vamos pôr essa situação se os elevadores dos ônibus que fazem essa linha não funcionam? (…) Como vai oferecer um serviço que não existe?”, indagou.

A esperança de Cleonice é que a situação seja resolvida, para que Luiz não perca as aulas.

“Eu espero que Deus me ajude, para que resolvam essa situação e coloque o carro que está buscando ele, ou que seja outro que passe em casa para levar para a escola, porque do jeito que está, é difícil. Ele não pode perder aula, pois eu custei arrumar, cinco anos fora da instituição e com muita luta que consegui essa vaga de novo”, finalizou.

O PORTAL procurou a prefeitura de Divinópolis sobre o assunto e aguarda retorno.