Cena do filme Minority Report (Foto: Divulgação)

Cena do filme Minority Report (Foto: Divulgação)

 

 

Tomo a liberdade de sair um pouco do tema proposto para esse espaço para abordar um assunto que já não é novidade para muitos, mas que está se popularizando rapidamente: os recursos de realidade aumentada.

 

Para quem ainda desconhece, a Realidade Aumentada, ou somente RA, é a interação de elementos virtuais com o mundo real, geralmente por meio de algum aparelho eletroeletrônico, como um celular. Um exemplo fácil, são os famosos QRCodes, inseridos em revistas, folders, cartões e outros impressos e que quando “lidos” por um câmera de computador ou smartphone, revelam novos conteúdos ou novos recursos, como um site exclusivo ou um modelo em 3D de um novo veículo a ser lançado.

 

Quer outro exemplo? Os recursos gráficos apresentados em transmissões televisivas de jogos de futebol, determinando se um jogador estava ou não impedido ou ainda a força do chute quando a bola acertou a rede, nada mais são do que RA.

 

Há estudos em andamento que aprofundam ainda mais o uso dos recursos de RA para educação e facilidades diárias. Imagine um professor que esteja dando aulas de física a distância e com um movimento de mãos, faz materializar no vídeo objetos virtuais que servem para demonstrar a teoria ensinada na prática. A RA provavelmente deve extinguir também um aparelhinho que muita gente utiliza em viagens, que é o GPS. Não vai tardar as informações necessárias ao motorista apareçam no próprio para-brisa do veículo, indicando não só o trajeto, mas também previsão do tempo, sugestões de hotéis ou a melhor lanchonete nas redondezas. O Google Glass é um dos ápices de aparelhos que fazem uso da realidade aumentada.

 

Uso de objetos holográficos, como no filme Minority Report, podem se tornar uma realidade popularizada em um futuro não tão distante.

 

Mas o que chamou minha atenção recentemente em relação à RA, foi seu uso para jogos, em especial, o Ingress. O aplicativo, disponível para aparelhos Android, foi lançado em 2013 somente para alguns convidados, mas atualmente está disponível quem quiser fazer parte, gratuitamente (ao que parece, haverá uma versão para IOS ainda esse ano).

 

O enredo do game é que cientistas europeus descobriram uma energia desconhecida (chamada de XM) que permeia todo o mundo e teria capacidade de influenciar no pensamento humano. Detalhe: ela é invisível a olho nu e somente usando scanners apropriados (leia smartphones ou tablets), ela pode ser identificada. Daí surgiram duas facções mundiais: “Os Iluminados”, que querem dominar essa energia, porque acreditam que ela é benéfica; e “A Resistência”, que luta para manter a humanidade salva de ter seus pensamentos controlados.

 

O jogador então escolhe de qual lado ele está e utilizando recursos do Google Maps, o game oferece um mapa mundial, repleto da energia XM a ser coletada e de portais, que devem ser descobertos ou tomados dos inimigos. A ideia do Ingress é oferecer uma experiência que vai além de um jogo tradicional, porque o jogador deve ir fisicamente até os locais para poder progredir, além de precisar entrar em contato com mais pessoas do seu grupo, para poder traçar planos de dominação local, regional e até mundial, no melhor estilo War. Só para se ter uma ideia, no momento que esse texto está sendo escrito, mais de um milhão de pessoas no mundo inteiro já entraram na brincadeira (eu já faço parte da Resistência rs).

 

Como a atual geração já não tem dificuldade alguma na interação com recursos digitais tendo contato com smartphones, notebooks e computadores desde cedo, acredito que não vai tardar para aulas ofereçam recursos de RA e que os alunos, fazendo uso lúdico de seus smartphones (ou óculos, quem sabe) terão acesso ao conteúdo extra, que pode estar na própria sala de aula, em e-mails ou mesmo localizados em museus, praças ou pontos turísticos. Claro, sem deixar de curtir “aquele” post na rede social mais próxima.