Por Rodrigo Dias
Determinadas canções soam aos nossos ouvidos como uma reza. Uma boa oração que nos leva a outros planos. Sentimento e reflexão que comovem e nos chamam à razão.
“Daqui só se leva o amor”, da banda mineira Jota Quest, é uma dessas canções que de tão simples mexem com a gente. Fala do óbvio ocultado no corre-corre do dia a dia. Em que as atribulações entorpecem os sentidos e aí o que é claro e devido nos foge aos olhos… ao coração.
É isso: (…) Vamos amar no presente, vamos cuidar mais da gente, vamos pensar diferente (…). Cuidar daquilo que nos é essencial, o que soma e nos torna mais nobres nesse mundo de expiações e provas. O cuidado sanitário das nossas intenções e ações nos deixa mais tolerantes. Isto é fato.
Por não cuidar devidamente de nós podemos tender a culpar o próximo e o mundo. Como se tudo tivesse errado, e mesmo que não esteja mudar o mundo pode ser difícil se não cuidar primeiro do nosso ambiente interno. Sim: (…) Querer mudar o mundo ao seu redor, mas saber que mudar por dentro pode ser o melhor (…).
Uma vida leve deixa a gente em paz. Pessoas em paz se modificam e modificam o seu entorno. São emocionalmente saudáveis em meio ao caos. E nos dias de hoje esse respiro é essencial. Independente do contexto social, em que a corrupção e desmandos sangram o Brasil, é necessário seguir. Fazer a nossa parte.
Neste contexto, valerá sempre:
(…) Fazer sem esperar nada em troca. Correr, sem se desviar da rota (…).
Fazer, porque deve ser feito. Porque é o certo. O certo é o sentido da vida, é o que edifica. Fazer o bem é ajudar a nós em primeiro plano, e a troca é o resultado do bem que se faz a si. Desprovido de interesse.
Então, vamos (…) Acreditar no sorriso e não se dar por vencido (…). Acreditar na esperança e que há sempre um motivo maior que nos move, provocando amadurecimento e crescimento. É possível ser feliz e, acima de tudo, fazer o outro feliz com gestos simples.
Ter fé e persistir são os segredos e assim: (…) Viver tudo o que a vida tem pra te dar. Saber. Em qualquer segundo tudo pode mudar (…).
A passagem por aqui, nesse tempo, é breve. Não vale gastar o pouco tempo que se tem com o que é frívolo, que não soma. A cada passagem neste plano viemos para multiplicar o bem.
Afinal, (…) Daqui só se leva o amor. Vamos, então, cuidar mais da gente.