O trânsito na Avenida Primeiro de Junho, em Divinópolis, ficou paralisado por cerca de 40 minutos, no final da tarde desta quarta-feira (11). Uma fila longa se formou por uma das principais vias da cidade se estendendo até a JK. A interrupção foi em protesto contra o reajuste da tarifa do vale-transporte. O aumento para R$ 2,85 (Cartão Divipass) e R$ 3 (em dinheiro) foi autorizado em janeiro deste ano.
Devido a chuva, apenas os motociclistas atravessaram o quarteirão fechado durante o protesto. De pouco em pouco alguns carros foram autorizados a passar pelo local. O trânsito só foi liberado totalmente com a chegada da polícia. Enquanto alguns motoristas buzinavam em apoio, alguns criticavam alegando atrasos e tumulto.
Os manifestantes alegam irregularidades na elaboração da planilha que prevê o reajuste. Eles chegaram a protocolar um ofício com a posição deles na Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (Settrans), mas ainda não obtiveram retorno. A planilha foi elaborada por técnicos da Settrans e teve a aprovação do Conselho Municipal de Trânsito (Comutran) por unanimidade.
Um dos líderes do movimento, Marlon Ferreira disse que a manifestação ocorreu, pois não houve um canal de diálogo com a prefeitura.
Outro lado
Um dos fatores que pesou para o reajuste é a defasagem nacional apontada pela Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU). De acordo com o presidente da entidade, Otávio Cunha, as gratuidades e os benefícios nos sistemas de transporte são fatores responsáveis pelo aumento no preço das passagens em algumas localidades.
Outra questão que também pesou foi o reajuste do combustível. Só para se ter ideia entre junho de 2012 a novembro de 2014 o diesel aumentou 38%. No início deste mês houve outro reajuste que também atingiu drasticamente o valor da gasolina, além do diesel. Isso é um dos fatores que pressiona os fretes e as tarifas no país. Este último reajuste não entrou para efeito da planilha da Settrans.
Em Divinópolis, também foi levado em consideração a renovação total da frota com adaptação. Divinópolis é uma das poucas cidades brasileiras a cumprir a lei e ter 100% da frota com acessibilidade. Hoje os 161 são adaptados e a média de uso é de aproximadamente dois anos. Também foi levado em consideração o reajuste salarial dos funcionários, previsto para março. Outro fator que pesa é a manutenção. A falta de infraestrutura de bairros, como falta de calçamento, gera mais manutenção, elevando o custo para se manter o veículo rodando.