Amanda Quintiliano

Um senhor, de 77 anos, acusou o Hospital Santa Lúcia de “negligência”. Em um desabafo postado nas redes sociais, Hugo Werneck relata o drama vivido por ele e pela família dele, após a esposa, de 77 anos, ser internada às pressas na unidade. Vitória Werneck foi diagnosticada com Herpes Zoster e lá ficou internada.

Na postagem, Hugo afirma que o médico diagnosticou “erradamente” – na opinião de outros profissionais consultados por ele – a doença da esposa dele. Todo o tratamento, durante a internação, foi baseado em Herpes Zoster. Após seis dias, ela recebeu alta e foi providenciado pela família uma equipe para acompanha-la 24 horas em casa.

“Infelizmente o quadro somente piorava. De posse de outro hemograma, constatou-se que os níveis que em geral são mensurados nesses exames, mostravam um quadro grave”, postou.

A constatação partiu de uma nutricionista que daria suporte ao tratamento em casa. Ao pegar o exame, ela notou as alterações e imediatamente a paciente foi internada no Hospital São Judas Tadeu e diagnosticada com encefalite herpética.

“Onde recebeu o atendimento adequado, incluindo transfusões de sangue, dado o seu estado. Depois de dias de atenção e profissionalismo por parte da equipe de saúde do São Judas Tadeu, ela recebeu alta no dia 3/11/2016, ainda debilitada em decorrência da irresponsabilidade do médico que a atendeu no Santa Lúcia”, postou Hugo.

Indignado com a situação, Hugo protocolou dois ofícios na recepção do Hospital Santa Lúcia relatando o ocorrido. Oito dias depois, sem nenhuma resposta da direção ele procurou o Ministério Público de Defesa do Cidadão. Entretanto, a questão não se enquadrava no leque de atuação da promotoria.

“Primeiro, acho estranho uma autoridade “achar alguma coisa”. O que se espera são respostas ao cidadão que tem os seus direitos violados. Eu achei melhor contratar o advogado e processar todo mundo”, concluiu.

Cartas

Nas cartas enviadas ao hospital, além de relatar o diagnóstico que teria sido dado “erradamente”, ele conta outras dificuldades enfrentadas na unidade, como o mau atendimento da equipe, enfermagem e também o fato do único elevador está parado há nove meses. O quarto da paciente seria, incialmente, no sétimo andar.

“Como justificar que um hospital, que tem como atividade precípua curar os males físicos, queira obrigar os seus internos, geralmente em más condições físicas e aos seus acompanhantes, em muitos casos já passados na idade, a “escalar” 7 andares?”, indagou no documento encaminhado à direção.

Ele pediu que o hospital reunisse o conselho de ética para analisar o comportamento dos profissionais que atenderam a esposa dele. Solicitou ainda que fosse elaborado um relatório dizendo detalhadamente todos os procedimentos aplicados à paciente, medicamentos usados e diagnósticos.

Apesar dos questionamentos e pedido, o máximo que ele conseguiu foi uma resposta de duas linhas assinada por Simone Raush.

“Presado Sr. Hugo da Silva Werneck, atitudes como a do Sr. nos permite promover melhorias no nosso atendimento”.

“Agora vamos dar o tempo necessário para a justiça fazer o seu papel, Sobre a irresponsabilidade, sobre as deficiências do hospital e até sobre a forma temerária como a alta da paciente foi feita”, afirmou Hugo.

Hospital

Em uma pequena nota, sem responder a nenhum dos questionamentos encaminhados pela reportagem do PORTAL, a direção disse apenas ter respondido os dois ofícios de Hugo Werneck.


Herpes zoster

É uma infecção viral que provoca vesículas na pele e geralmente é acompanhada de dor intensa. Ela pode acometer qualquer parte do seu corpo, mas é mais frequente no tronco e no rosto, evidenciando-se como uma faixa de vesículas em apenas um dos lados do corpo.

Encefalite herpética

Uma das doenças mais graves relacionadas ao herpes é a encefalite herpética, que pode surgir em diversas pessoas e precisa de um tratamento sério. Destrinchando o termo temos encefalite como uma inflamação no cérebro e herpética porque é causada pelo herpes.