Ela ainda defendeu mais prevenção (Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)

A oncologista Angélica Nogueira, do Hospital do Câncer em Divinópolis, foi indicada pelo deputado federal Jaime Martins (PSD-MG) para dar um depoimento em comissão geral no plenário da Câmara dos Deputado, em Brasília, nesta terça-feira (24). O uso da substância fosfoetanolamina em pílulas usadas por pacientes com câncer foi o tema discutido no plenário. A chamada “pílula do câncer”, desenvolvida na Universidade de São Paulo, tem sido anunciada como eficaz na cura da doença. O uso desta substância não foi liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por não haver pesquisa conclusiva sobre os efeitos benéficos em seres humanos.

Apesar de ressaltar a importância de novos tratamentos contra o câncer, a médica destaca a necessidade de a sustância passar por vários estudos antes de ser liberada para o uso em pacientes. Angélica Nogueira defende estes estudos como garantia de segurança e eficácia no uso da substância como um medicamento na cura do câncer.

A médica iniciou o discurso analisando a incidência da doença considerada por ela um problema de saúde pública mundial. 

“Com mais de 15 milhões de casos de câncer no mundo, ele é um problema de saúde pública mundial. No Brasil, são mais de 600 mil casos por ano”, com tendência ao crescimento, segundo Angélica.

Ela ressalta a prevenção como “uma boa maneira de combater o câncer”.

“Eu gostaria que houvesse um movimento pelo menos 1/10 do que foi com o novo medicamento para a gente fazer a prevenção do câncer de colo de útero, o terceiro câncer mais comum na mulher brasileira, um câncer totalmente evitável com um exame barato que é o exame de prevenção”, afirmou.

Angélica também citou as inovações tecnológicas como uma forma eficaz de combate à doença. E ressaltou ainda que “há inúmeras pílulas do câncer” mas que precisam passar pela fase de desenvolvimento, por uma série de estudos.

“A gente tem que lembrar que quimioterapia cura câncer, que cirurgia bem feita cura câncer, que radioterapia cura câncer. A gente precisa saber o que estas pessoas que estão tomando a pílula estão usando em paralelo. Os estudos são extremamente bem-vindos, mas nós aprovarmos o uso de um medicamento sem ele ser devidamente estudado é muito perigoso”.

De acordo com a oncologista que é membro do conselho consultivo da Associação de Combate ao Câncer do Centro-Oeste de Minas Gerais, o Hospital do Câncer que funciona dentro do Hospital São João de Deus, em Divinópolis, atende atualmente 6 mil casos, a maioria de câncer de mama e de próstata. A especialista ressaltou que com o funcionamento do novo acelerador linear para o atendimento de radioterapia o hospital poderá atender o dobro dos pacientes atendidos atualmente.

A compra do equipamento foi viabilizada por emenda individual do deputado Jaime Martins que pagou parte do acelerador. Com o equipamento, a médica acredita que os atendimentos passarão de 100 para 200 por dia.