Amanda Quintiliano

Vários medicamentos vencidos foram encontrados estocados em uma sala do Centro Cultural de Itapecerica. Dentre eles estão antidepressivos, antialérgicos, para controle de pressão arterial e até mesmo soro, além de leites especiais. Os remédios foram encontrados no início da semana pela secretária municipal de Saúde, Lara Dias ao ir ao local para troca-los de sala e organiza-los.

A sala improvisada é inadequada para o armazenamento de medicamentos. Os produtos vencidos estavam em meio aos que ainda estão para vencer, alguns com data para fevereiro e março. A quantidade assustou a secretária que determinou imediatamente que fossem separados e organizados por categoria.

Foram encontrados 120 litros vencidos deste leite (Foto: Divulgação)

Só para ser ter ideia, são mais de 200 latas de leites que custam em media R$ 39. Dentre elas estavam, por exemplo, 20 latas de aptamil.

Os leites, ao contrário dos medicamentos, estavam armazenados no almoxarifado da prefeitura em meio a outros materiais. Parte deles é para atender determinações judiciais.

Os servidores efetivos que trabalham na farmácia e também no almoxarifado se esquivaram da responsabilidade e disseram que o acesso ao estoque era restrito aos comissionados da administração anterior.

Medidas

50 soros que seriam usados no hospital também estavam vencidos (Foto: Divulgação)

Além do desperdício de dinheiro com medicamentos vencidos, o município terá outra despesa.

“Vamos entrar em contato com a empresa responsável pelo recolhimento de lixo hospitalar, pois não podemos descartar no lixo comum, para ela levar esses medicamentos. Para isso, teremos que pagar um valor extra”, afirmou a secretária.

Outra preocupação é em liberar os remédicos com vencimento previsto para fevereiro e março.

“Estamos olhando a relação de quem precisa desses medicamentos, entrando em contato com outros municípios e tentando trocar também para não termos mais esse desperdício”, explicou, tratando a questão como prioridade.

O setor jurídico da Prefeitura de Itapecerica também está avaliando se alguma medida judicial poderá ser tomada contra os responsáveis.

Justiça

Enquanto centenas de medicamentos se perdem no estoque, o município está impedido de usar R$ 1,5 milhão. O recurso está bloqueado porque a administração anterior descumpriu ordens judiciais exatamente de compra de medicamentos.

“Estamos tomando conhecimento desses processos para verificarmos o que podemos fazer. Vamos tentar conseguir no Estado ou na União e se não conseguirmos teremos que pagar para desbloquear este recurso”, esclarece Lara.

A reportagem do PORTAL tentou contato com a ex-secretaria de saúde e também com o ex-prefeito Antonio Dianese, mas nenhum foi encontrado para comentar sobre o caso.