Letícia Ferreira
Com Funedi/Uemg
Seja no dia a dia, ou no ambiente de trabalho, dizer não, às vezes é essencial, mas muitas pessoas por medo, ou necessidade em agradar, optam por dizer o “sim”. “As pessoas optam por falarem sim para serem sempre aceitas ou porque se sentem na obrigação de fazer tudo de acordo com o outro. Com isso, muitas vezes elas se sobrecarregam e acabam não cumprindo aquilo que prometem”, é o que diz a psicóloga, Jomara Corgozinho, sobre os comportamentos que levam as pessoas a enfrentarem o medo de dizer não.
De acordo com a especialista, são diversas situações corriqueiras, como uma prima que pede aquela roupa favorita emprestada e você diz sim, mesmo sabendo que ela não terá o mínimo cuidado com a peça. Ou até mesmo os pais que não conseguem negar ao filho um novo brinquedo. Parece algo muito simples não é? Mas o eco que soa do “não” na cabeça se transforma em “sim”.
Autoestima
No nosso convívio diário, por muitas vezes, precisamos evitar conflitos e acabamos deixando de lado nossas próprias opiniões. A psicóloga alerta, que a decisão de “guardar o não”, pode causar danos à saúde.
“Seja entre o casal, ou até mesmo, entre mães e filhos, as pessoas evitam criar ainda mais stress fugindo de brigas, por isso dizem sim, para muitas situações que surgem, ao guardar para si estes problemas, podem causar angústia e até mesmo, adoecimento”, ressalta Jomara.
“Elas acreditam que para serem amadas não podem se posicionar de forma contrária nem colocar limites nas relações. Além disso, também podem estar com a autoestima baixa, pois acreditam que não têm o direito de escolher e dizer “não” a situações desagradáveis”, conclui.
Aprendizado
Aprender a dizer “não” é importante não só para evitar problemas, mas também para o lado emocional e físico.
“As pessoas mais maduras conseguem separar as coisas e entender que o “não” está ligado a um pedido específico ou a uma opinião divergente”, acrescenta.
Para a psicóloga, dizer não, no ambiente familiar, de pais para filho, não é apenas impor limite, mas também exercer o diálogo compreensivo.
“É importante explicar para o filho, seja ele em qualquer faixa etária, a razão daquele não, para não surgir aquele clima de proibição apenas. Analisar e trabalhar emocionalmente, cada caso em que leva a pessoa a nunca desconcordar da opinião e pedido do outro é fundamental para que a pessoa possa se autoafirmar entre as pessoas de seu convívio. É necessário identificar as circunstâncias do passado que levaram a pessoa a ter medo de se firmar no mundo”, finaliza Jomara.