Devido aos casos suspeitos e confirmados de febre amarela em cidades localizadas na região de Teófilo Otoni, Coronel Fabriciano, Manhumirim e Governador Valadares e considerando que a doença é endêmica em nossa região, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) alerta todos os profissionais de saúde e a população em geral sobre o risco de se contrair a doença.

A Semusa orienta que as pessoas procurem a Unidade de Saúde mais próxima de suas residências munidas da caderneta de vacinação. Cada unidade conta com pessoal técnico qualificado que analisará o cartão de vacinas, verificando a necessidade ou não da administração do imunobiológico, visando colocar a vacinação em dia. A região de Divinópolis registrou epidemia em 2001 quando foram confirmados 32 casos e 16 óbitos.

No período de 1990 a 2009 foram confirmados no Brasil 722 casos de Febre Amarela, dos quais 399 evoluíram para óbitos, letalidade média de 51,7%. Acomete mais pessoas do sexo masculino e faixa etária acima dos 15 anos.

Em geral, o aparecimento de surtos em populações humanas é precedido de epizootias em primatas não humanos, quando se observa elevada mortandade de animais, principalmente de macacos.

Recentemente foi notificado a ocorrência de epizootia na zona rural do município de Tapiraí, região da Serra da Canastra, fato que gerou a emissão de um alerta, por parte da Superintendência Regional de Saúde de Divinópolis, orientando a intensificação da vigilância em toda a região, principalmente nos municípios de divisa (Córrego Dantas, Medeiros, Bambuí, Campos Altos, dentre outros) para notificar imediatamente novas ocorrências e realizar as ações prioritárias para a prevenção de casos de febre amarela na população.

Até o momento, em Minas Gerais, foram notificados 23 casos suspeitos, sendo que destes 16 são casos prováveis de febre amarela, cujos pacientes apresentaram critério de caso suspeito, segundo o Guia de Vigilância em Saúde e com exame laboratorial preliminar reagente. Desses 23 casos suspeitos, 14 evoluíram para o óbito (porém ainda não há confirmação da causa dos óbitos).

A febre amarela é uma doença de notificação compulsória e todo caso suspeito deve ser imediatamente comunicada por telefone 3229-6871 ou por e-mail: vigi-epidemiologica@divinopolis.mg.gov.br  por se tratar de doença grave e de elevado risco de disseminação em áreas urbanas.

Infecciosa

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por vírus, cujos sintomas incluem cefaléia, calafrios, lombalgia, dores musculares, prostração, diarréia, vômitos com aspecto de borra de café, icterícia acompanhada de insuficiência renal e hepática e/ou manifestações hemorrágicas.

A forma silvestre é transmitida principalmente entre macacos e por mosquitos dos gêneros Haemogogus e Sabethe; o homem se infecta quando penetra nesse ecossistema. A forma urbana tem como vetor principal o Aedes aegypti . Não há transmissão de pessoa a pessoa.

O início da doença ocorre subitamente, três a seis dias após a picada de um mosquito infectado, podendo se estender até 15 dias.   

Imunização

A vacina contra febre amarela é a medida mais importante para prevenção e controle da doença. A faixa etária inicial é a partir de 9 meses de idade. Em situações de epidemias, recomenda-se a vacinação a partir de 6 meses. A vacina deve ser aplicada com, no mínimo, 10 dias antes de se ingressar em área de transmissão.

A cobertura vacinal deve ser de 100% da população. Divinópolis apresenta atualmente 87,2% de cobertura em menores de 1 ano, índices estes insuficientes para a adequada prevenção contra a febre amarela.

Recomendando-se urgentemente a adoção de estratégias de intensificação vacinal, com vistas a elevar as coberturas vacinais, com priorização das populações de áreas rurais e silvestres, principalmente para aqueles indivíduos com maior risco de exposição.

A vacina anti-amarílica, cujo estoque encontra-se normalizado no município, é aplicada na rotina das Unidades Básicas de Saúde e das Estratégias de Saúde da Família.