Minas Gerais ativa centro emergencial para enfrentar alta de casos de doenças respiratórias

Minas Gerais
Por -08/05/2025, às 19H35maio 8th, 2025
COE-MG (1)
(Divulgação/Rafael Mendes)

COE-Minas-SRAG reúne órgãos estaduais para monitorar, planejar e apoiar municípios diante da crise respiratória

Diante do aumento expressivo de casos de doenças respiratórias em Minas Gerais, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) realizou, ontem quarta-feira, dia (7), a primeira reunião do Centro de Operações de Emergências em Saúde por Síndrome Respiratória Aguda Grave (COE-Minas-SRAG). O objetivo do encontro foi discutir e alinhar as ações prioritárias para enfrentar a atual situação epidemiológica.

Além dos técnicos da SES-MG, o COE conta com a participação de representantes da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG) e da Fundação Ezequiel Dias (Funed). Juntos, esses órgãos irão monitorar semanalmente os dados epidemiológicos, de assistência e de regulação de leitos em cada Unidade Regional de Saúde.

De acordo com o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi, a ativação do COE fortalece o monitoramento em tempo real. “Com o decreto de emergência e a implantação do COE, ampliamos o acompanhamento da situação em todo o estado, para estabelecer as diretrizes do enfrentamento ao período sazonal das doenças respiratórias”, explicou.

Além disso, o subsecretário destacou que o centro não é a única iniciativa em andamento. “O COE é uma estrutura de resposta para apoiar os municípios neste momento tão importante. Mas, além dele, temos várias ações em curso, como as capacitações das equipes para qualificar a assistência local e uma resolução para o cofinanciamento da assistência à saúde, pactuada desde fevereiro”, completou.

Entre as principais ações sob responsabilidade do COE-Minas-SRAG estão: gerenciar emergências em saúde pública relacionadas à SRAG, definir objetivos estratégicos e prioridades, analisar dados epidemiológicos, elaborar boletins e notas técnicas para os municípios, apoiar a organização da rede assistencial e coordenar o plano de ação com todas as áreas envolvidas.

Paralelamente, o estado já conta com a Sala de Monitoramento de Vírus Respiratórios desde abril. Este ambiente técnico acompanha a circulação viral em tempo real, permitindo decisões rápidas nas áreas de vigilância, assistência e vacinação.

Adicionalmente, para apoiar a rede hospitalar, a SES-MG iniciou o repasse de recursos para hospitais que abrirem ou adaptarem leitos clínicos pediátricos para atender casos de SRAG. Um exemplo disso foi a abertura de 12 leitos semi-intensivos no Hospital Infantil João Paulo II, da Fhemig, em março, voltados principalmente ao atendimento de crianças com bronquiolite. A estrutura da unidade também está preparada para ativar, se necessário, até 10 leitos de CTI pediátrico.

O impacto da crise também já é sentido nos municípios do interior. Em Divinópolis, por exemplo, os dados da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) mostram que os atendimentos por Síndrome Respiratória na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto aumentaram cerca de 98% entre janeiro e abril de 2025. Além disso, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) subiram 91% no mesmo período. Já nas unidades da Atenção Primária à Saúde, o crescimento foi de aproximadamente 86%. Esses números reforçam a urgência da atuação integrada entre estado e municípios para conter a disseminação dos vírus respiratórios.

Como parte da estratégia, a SES tem intensificado o monitoramento de notificações de SRAG, reorganizado a rede de atenção à saúde e fortalecido as campanhas de vacinação contra a Influenza e a Covid-19. A secretaria, portanto, tem mobilizado os públicos prioritários por meio de comunicados técnicos e ações de incentivo à imunização, com foco especial na proteção de crianças e idosos.