Menina de 5 anos recebeu diagnóstico de apendicite após sair da escola gritando. Mãe levou o caso ao Ministério Público e ao Conselho de Educação.
Muita dor e grito. A declaração partiu da mãe da menina autista não-verbal de 5 anos que denunciou um caso de possível negligência ocorrido na Escola Municipal João Gontijo da Fonseca, em Divinópolis. A criança sentiu fortes dores durante o turno escolar, mas a equipe teria tratado o quadro como “birra” e não acionou atendimento médico.
Conforme Leidiane da Silva, mãe da menina, a escola entrou em contato por volta das 16h do dia 11 de julho. “Disseram que ela chorava sem parar e falava que estava com dor. A secretária disse que daria água com açúcar e depois me retornaria. Mas esse retorno nunca veio”, contou.
Leidiane continuou trabalhando, acreditando que a filha havia melhorado. No entanto, ao chegar em casa, ela encontrou a menina gritando. “Minha filha gritava de dor. Os vizinhos saíram na rua. A monitora (transporte escolar) ainda disse que era birra e que ela estava assim desde que entrou no ônibus.”
A dor persistiu durante o trajeto escolar
O trajeto entre a escola e a casa da menina durou cerca de uma hora e meia. “Meu filho precisou carregá-la nos braços, porque ela não conseguia mais caminhar”, disse a mãe. Imediatamente, a família levou a criança à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), ainda de uniforme.
Na unidade de saúde, os médicos diagnosticaram apendicite aguda. “A médica disse que, se tivéssemos esperado mais, ela teria morrido”, relatou Leidiane.
Ela registrou o caso no Conselho Municipal de Educação e relatou ter procurado a Secretaria de Educação em dois momentos. “Fui antes e depois da cirurgia. Não me deram nenhum documento. Gravei tudo”, disse.
MP recebeu a denúncia de negligência contra criança autista em escola de Divinópolis
O vereador Vítor Costa protocolou denúncia no Ministério Público de Minas Gerais, solicitando apuração do caso. A representação aponta falha da escola, assim como da Secretaria Municipal de Educação.
“Estamos diante de uma possível violação de direitos. A dor de uma criança autista não pode ser ignorada”, declarou o vereador.
Leidiane ainda relatou ter ouvido frases preconceituosas da equipe escolar. “Disseram que minha filha usa o laudo de autismo para fazer o que quer. É muito triste. No papel, a inclusão é linda. Na prática, não existe.”
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Mãe pede justiça e orienta outras famílias
A mãe agora busca justiça e cobra providências. “Se o pior tivesse acontecido, eu estaria com o caixão da minha filha, sem saber o que aconteceu dentro da escola”, lamentou. Ela contestou a nota enviada pela Secretaria Municipal de Educação (Semed), conforme publicado nesta terça-feira (22/7) pelo PORTAL GERAIS. Ainda conforme Leidiane, ela tem gravações e registros telefônicos que desmentem.
Ela orienta que outras famílias se organizem e documentem tudo em situações semelhantes. “Gravem, registrem, não deixem passar. Nossos filhos têm direitos.”
