Amanda Quintiliano
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga irregularidades no contrato da Copasa ouviu, nesta sexta-feira (24), a população. A moradora do bairro Nossa Senhora das Graças, Isabel Cristina relatou problemas de saúde devido, segundo ela, a qualidade da água fornecida pela estatal.
Durante a oitiva, ela apresentou um documento emitido por um médico a diagnosticando com diarreia crônica. Segundo ela, o problema estaria relacionada ao consumo de água, utilizada mesmo após ser colocada no filtro. A família também tem o hábito de ferver, por exemplo, para fazer comida.
“Ando com soro na mão e se caso, numa eventualidade, me der uma vontade de ir ao banheiro preciso tomar uma medicação”, conta a cidadã que é cadeirante, afirmando que a família toda dela teve diarreia.
“Hoje quase que não venho aqui, porque está me dando ânsia de vômito”, desabafou.
Isabel Cristina foi apenas um dos cidadãos que contribuiu hoje com a CPI da Copasa. Ana Paula Freitas, moradora do bairro Quintino, também relatou os problemas enfrentados onde ela mora. Ela já utilizou as redes sociais para postar fotos e vídeos mostrando a cor da água.
“Todo mundo paga para ter uma água limpa e sem cheiro. O dinheiro que gastei limpando minha caixa quem vai me ressarci, a Copasa vai? Não vai”, enfatizou na oitiva.
Fossa
O morador do bairro Lagoa das Mandarins, Ricardo Alexandre Gonçalves relatou um problema antigo enfrentado pelos moradores. A Copasa faz o descarte de resíduos de esgoto de outros bairros no reservatório que fica na entrada do Lagoa dos Mandarins.
Segundo ele, a Copasa alega serem quatro caminhões por dia. Entretanto, o número chega a ser maior.
“Já pedimos a Copasa para identificar os caminhões. Quem mora perto diz já ter visto nove descartes. A fossa sempre entope”, contou, acrescentou: “Aquilo precisa ter um filtro para não deixar entupir”.
“Porque não faz uma fossa comunitária dessa dentro da Estação da Copasa?”, questionou.
O PORTAL já registrou casos em que a fossa transborda. Em uma das ocorrências os próprios moradores tentaram estancar o vazamento.
Falta d’água
Apesar de ser um bairro novo, o Alto das Oliveiras sofre com o desabastecimento. Morador de lá há pouco mais de um ano, Douglas Júlio da Guarda relatou que nunca houve o abastecimento continuo.
“Lá acontece racionamento de água. É um bairro novo e desde que moro lá há um ano e um mês nunca teve abastecimento continuo. Chega de madruga para o amanhecer e falta água quando estamos em casa para fazer uso, lavar louça, roupa. E vem muito ar na torneira”, relatou, contando que os próprios moradores acionaram a justiça em um período que faltou muita água.
Os depoimentos colhidos serão anexados à investigação da CPI.