Copasa atribui problema a “vazamento subterrâneo” e diz que abastecimento deverá ser normalizado até sexta (04)
Há pelo menos oito dias os moradores de Cláudio enfrentam problema intenso com a falta d’água. Além, da situação caótica, eles lidam com outro problema: falta de transparência. Sem atribuir o desabastecimento à estiagem, a Copasa – responsável pelo serviço – se resume a dizer que já está trabalhando para resolver.
As justificativas não convencem os moradores. Durante todo o dia, quem abre a torneira ligada diretamente a rua não vê uma gota d’agua sair. Essa é uma realidade, por exemplo, dos moradores do bairro São Francisco. Quando o abastecimento é normalizado ao invés de água, eles recebem “barro”.
“É uma grande sacanagem com a população de Cláudio. Já são mais de 8 dias, uma falta de vergonha e a Copasa nem sabe o que está falando”, conta o eletricista, Ederson Lopes, de 30 anos.
Ele mora com outras cinco pessoas em uma casa no bairro São Francisco.
“Temos que sair de casa, rodar 20 quilômetros para tomar banho na minha roça”, relata, contato que o desabastecimento tem prejudicado o trabalho dele.
“Trabalho com prestação de serviço de ar condicionado, tudo o que faço depende de água”.
Para o comerciante autônomo, Eugênio Borges, morador do Centro, falta empenho político.
“Acho que é falta de vontade do prefeito, se ele entrasse resolveria tudo. Precisa partir para cima e ver a situação dos moradores. Tem que querer fazer alguma”, afirmou.
Vazamento subterrâneo
Em nota, a prefeitura informou que está cobrando resolução imediata por parte da Copasa. Nesta terça-feira (02) o prefeito interino, Canarinho convocou representantes regionais da companhia. A justificativa apresentada foi “vazamento subterrâneo”.
“Neste prazo, a instituição continuará disponibilizando água via caminhão-pipa para as áreas afetadas. O Executivo, por meio da Secretaria de Obras e Serviços Públicos, também já encaminhou para a instituição uma notificação informando o problema e pedindo sua reparação”, informou.
Vazamento identificado
A Copasa disse que o vazamento foi encontrado em uma rede de abastecimento de 150 milímetros de diâmetro na Rua Itacolomi, no bairro Valongo. A água estava caindo em manilha pluvial direcionada para o córrego Venâncio, o que dificultava sua identificação. Esta ocorrência, comprometeu a recuperação do abastecimento da cidade ao longo desta semana.
Ainda segundo a companhia, as equipes de manutenção trabalharam durante a noite e madrugada de hoje (03) para corrigir o vazamento. A normalização do abastecimento na cidade deverá ocorrer, gradativamente, até sexta-feira (04).
Durante este período, enquanto for necessário, a Copasa disse que continuará disponibilizando os caminhões-pipa para atendimentos emergenciais, principalmente nas partes mais altas, como os bairros Santa Inês, São Francisco, Liberdade, São Lucas e São Paulo.
Falta de energia
A companhia alegou ainda que na noite de sexta-feira (27), por falta de energia elétrica, houve paralisação do bombeamento na captação do Ribeirão Matias. Tal situação perdurou até o meio dia de sábado (28) o que impactou o abastecimento na cidade até domingo (29).
“Desde então, os reservatórios de distribuição de água não conseguiram atingir nível adequado. Técnicos da empresa trabalharam desde o último sábado (28) para identificar as causas desta ocorrência, buscando normalizar o abastecimento na cidade”, argumentou.
Consumo consciente
A empresa também reforçou a necessidade do consumo consciente por parte de todos os moradores, especialmente, neste momento.
“Atitudes simples, como lavar o carro com balde de água no lugar da mangueira, deixar a torneira fechada enquanto escova os dentes, tomar banhos rápidos, molhar plantas com regador e não lavar o passeio com água tratada fazem muita diferença”.