Morre Fuad Noman, prefeito de Belo Horizonte, aos 77 anos

Minas Gerais
Por -26/03/2025, às 12H32março 26th, 2025
Fuad Noman prefeito reeleito de BH
Foto: Reprodução Facebook/Fuad Noman

Político venceu a primeira eleição após os 70 anos e dedicou décadas ao serviço público

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), morreu nesta quarta-feira (26/03), aos 77 anos.

Desde 3 de janeiro, estava internado no Hospital Mater Dei, após apresentar um quadro grave de insuficiência respiratória.

Nos últimos meses, sua saúde ficou debilitada, especialmente porque enfrentou um câncer no fim do ano passado.

Dessa forma, sua morte surpreendeu a população, já que ele havia sido reeleito para mais quatro anos de gestão.

Além disso, Fuad deixa a esposa, Mônica Drummond, com quem viveu por 52 anos, dois filhos e quatro netos.

Com isso, o vice-prefeito Álvaro Damião (União Brasil), que comandava a cidade desde janeiro, assume definitivamente a prefeitura.

Uma longa trajetória no serviço público

Natural de Belo Horizonte, Fuad construiu uma carreira sólida no serviço público. Antes de ingressar na política, trabalhou como servidor de carreira no Banco Central.

Posteriormente, ocupou cargos no Tesouro Nacional, na Casa Civil e no Banco do Brasil.

Por volta de 2003, o ex-governador Aécio Neves (PSDB) o convidou para ser secretário de Fazenda de Minas Gerais.

Logo depois, no governo de Antônio Anastasia (PSDB), assumiu a Secretaria de Obras e, mais tarde, presidiu a Gasmig.

Embora tenha se aposentado em 2012, decidiu voltar à vida pública em 2017. Naquele ano, Alexandre Kalil o convidou para ser secretário municipal de Fazenda. Assim, em 2021, virou vice-prefeito e, no ano seguinte, assumiu a prefeitura após a renúncia de Kalil.

A vitória eleitoral aos 77 anos

Em 2024, Fuad disputou sua primeira eleição como cabeça de chapa. No início da campanha, poucos eleitores o conheciam.

No entanto, aos poucos, ele conquistou a população com seu jeito afetuoso e os suspensórios, que se tornaram sua marca registrada.

No primeiro levantamento eleitoral, em agosto, ele aparecia com apenas 11% das intenções de voto.

Entretanto, sua campanha cresceu de forma consistente. Dessa maneira, ele chegou ao segundo turno e, no final, derrotou o deputado bolsonarista Bruno Engler (PL).

Logo depois da vitória, Fuad afirmou que aquele seria seu “último cartucho” na política.

“Meu sonho era ser reeleito para terminar as obras que comecei. Vou concluir o mandato com quase 81 anos. Depois disso, vou para casa e aproveitar minha família”

Problemas de saúde e sucessivas internações

Mesmo após a reeleição, Fuad enfrentou desafios relacionados à saúde. Desde 2023, ele tratava um linfoma abdominal, um tipo de câncer sanguíneo. Contudo, antes das eleições, anunciou a remissão total do tumor.

Apesar da recuperação, sua saúde continuou frágil. No início de janeiro, tomou posse remotamente, pois os médicos o impediram de comparecer à solenidade.

Dois dias depois, deu entrada no Hospital Mater Dei. Ao longo de quase três meses internado, passou por períodos fora da UTI e sem ventilação mecânica.

No entanto, na noite desta terça-feira (25), sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. Nos últimos meses, precisou de quatro internações, pois enfrentou pneumonia, neuropatia e outros problemas de saúde.

Logo após a confirmação da morte, a Prefeitura de Belo Horizonte divulgou uma nota oficial.

“Fuad Noman dedicou décadas ao serviço público, sempre com ética, diálogo e compromisso com o bem-estar da população. Seu legado de competência e sensibilidade social marcará a história de Belo Horizonte.”

Por fim, com o falecimento do prefeito, Álvaro Damião assume definitivamente a gestão da capital mineira.