Filha de Gilberto Gil, cantora e empresária enfrentava câncer no intestino; tratamento nos EUA não impediu avanço da doença
A cantora, atriz e empresária Preta Gil faleceu neste domingo (20), aos 50 anos, vítima de um câncer no intestino. Filha de Gilberto Gil, a artista travava uma batalha contra a doença desde janeiro de 2023 e, nos últimos meses, buscava alternativas de tratamento nos Estados Unidos.
Preta Gil estreou na música em 2003, com o álbum Prêt-à-Porter, que gerou grande repercussão ao trazer a artista nua na capa. Desde então, ela se destacou não apenas pela música, mas também por seu posicionamento firme contra a gordofobia, o machismo e o racismo. Sua trajetória artística também incluiu novelas, programas de TV, filmes e o popular Bloco da Preta, sucesso no carnaval do Rio.
Além de cantora e atriz, Preta foi uma empresária de destaque. Em 2017, fundou a agência Mynd, referência em marketing de influência e entretenimento. Em agosto de 2024, ela lançou sua autobiografia Preta Gil: os primeiros 50, revelando detalhes íntimos sobre sua vida pessoal e profissional.
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Preta foi diagnosticada com adenocarcinoma em 2023. Após passar por cirurgia e múltiplas sessões de quimioterapia e radioterapia, chegou a anunciar a remissão da doença. No entanto, em agosto de 2024, revelou a volta do câncer com metástases em diversas partes do corpo.
Mesmo enfrentando dores e cirurgias, incluindo um procedimento de 18 horas em dezembro, ela continuou ativa nas redes sociais, dividindo com o público suas emoções e tratamentos. “Dividi minhas vulnerabilidades com coragem”, declarou ao vencer o Prêmio Faz Diferença, do jornal O Globo, em 2024.
Na tentativa de novas alternativas, a artista viajou em maio de 2025 para os EUA, passando por instituições como o Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York. Apesar da luta incansável, o câncer se mostrou agressivo e irreversível. Nas últimas semanas, Preta Gil esteve internada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Preta deixa o filho Francisco, fruto de seu relacionamento com o ator Otávio Müller. Ao longo da vida, defendeu com orgulho sua bissexualidade e tornou-se voz ativa da comunidade LGBTQIA+. Entre altos e baixos, marcou a cultura brasileira com autenticidade, coragem e sensibilidade.
Sua morte representa uma perda profunda para a arte, a música e o ativismo social no país.
