A mostra “Carnavart” fica aberta para visitação no segundo piso da Biblioteca Ataliba Lago até 7 de março. Textos, fotos e objetos contam um pouco da trajetória do Carnaval com registros datados de 1910, período que Divinópolis ainda era arraial.
Conforme os registros do Arquivo Municipal de Divinópolis, o Cordão Carnavalesco organizado pelo vice-presidente da Câmara Municipal, Adolpho Machado, foi o primeiro registro de Carnaval em Divinópolis, que ainda era conhecido como arraial do Divino Espírito Santo em 1910. Na época, os moradores se divertiam no Carnaval jogando água com limão e farinha de trigo nas pessoas.
De acordo com o Arquivo Municipal, o Bloco Primavera de Adolpho Machado formado pelas moças do Largo da Matriz, músicos como a família do Bigode, desciam cantando do largo pelas ruas que nem eram calçadas, acompanhados pela população de acordo com as lembranças dos mais antigos foliões.
Nos anos 20 e 30, surgiu o Bloco XPTO, inspirado nos carnavais do Rio de Janeiro e Juiz de Fora de onde vieram seus organizadores. Cada ano, novos blocos surgiam no carnaval em Divinópolis. Blocos que levavam nomes de times de futebol: Palmeiras, Guarani e Ferroviário.
Além da família Bigode, outros músicos acompanhavam o carnaval de nossa cidade nesses tempos. A banda de música Lira Oeste, o conjunto Os Santinhos (1927) são exemplos. A família de Sabino Pinto, este que formou o cordão do Sabino sempre presente no carnaval desse período. Ele era músico, sanfoneiro e criou o boi para dar destaque ao seu bloco. Com isso, Sabino é reconhecido como o mais ativo carnavalesco em 1945.
Em 1947, surge o Bloco Original, que em 1952 torna-se Grêmio Recreativo Escola de Samba Tupy. Ainda de acordo com o texto, a Tupy de Nonô e Dona Oralda fizeram o primeiro carnaval com três carros alegóricos em 1952.
De acordo com os registros do Arquivo Municipal, a Prefeitura de Divinópolis em meados de 1960 começou a apoiar o carnaval. “Neste período era o reinado de Ana Pêra, a Rainha do Carnaval que espalha majestade pelas ruas e salões ao som de marchinhas e frevos, tendo Jorginho Miranda e Ivan Silva por inspiradores”, destaca o texto da exposição.
No início dos anos 70, surgiram várias escolas de samba: Império do Novo Mundo, Samba Andorinhas da Serra, Bloco Os Carrascos, Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos de Santa Cruz, Escola de Samba Unidos do Guarani, GRES Monte Líbano e Bloco Carnavalesco Pingo D’Água.
Ainda segundo o Arquivo Municipal, o último carnaval de rua de Divinópolis aconteceu em 2001. Desfilaram as seguintes escolas de samba: Unidos do Porto/PV (3º lugar); unidos do Guarani/Santa Clara (4º lugar); Caprichosos de São Vicente/Alto São Vicente (2º lugar) e a Escola de Samba Santa Cruz/São João de Deus ficou em primeiro lugar.