Não Temos um Planeta Reserva Dom Geovane Lima destaca urgência da ecologia integral na Campanha da Fraternidade 2025.(FOTO: Reprodução Diocese Divinópolis)
Não Temos um Planeta Reserva Dom Geovane Lima destaca urgência da ecologia integral na Campanha da Fraternidade 2025.(FOTO: Reprodução Diocese Divinópolis)

Bispo destaca a importância da Campanha da Fraternidade 2025 e do compromisso com a ecologia integral para preservar a criação de Deus.

A Campanha da Fraternidade 2025, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), traz como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”.

O lançamento aconteceu nesta quarta-feira (05/3), na Cúria Diocesana, marcando o início da Quaresma e inserindo-se no contexto do Jubileu da Esperança.

O bispo Dom Geovane Lima destacou a importância da iniciativa, que há mais de 60 anos convida os fiéis à reflexão e à ação em temas sociais.

“A Campanha da Fraternidade é uma iniciativa que surgiu no Nordeste brasileiro e se expandiu para todo o país graças à atuação de Dom Helder Câmara”, afirmou.

Ecologia Integral: um conceito ampliado

Diferente da visão tradicional de preservação ambiental, o conceito de ecologia integral engloba também as relações humanas e sociais.

“Não olhamos apenas para a ecologia verde, mas para a interligação entre a obra criadora de Deus, o ser humano e a natureza”, explicou Dom Geovane, citando a Encíclica Laudato Si, do Papa Francisco.

O bispo lembrou que o documento papal, publicado há dez anos, consolidou o pensamento da Igreja sobre a ecologia.

“O Magistério da Igreja sempre se preocupou com o bem comum, mas foi com o Papa Francisco que tivemos uma abordagem mais completa sobre o tema”, afirmou.

O compromisso com a Casa Comum

A urgência do cuidado ambiental e social foi um dos pontos centrais abordados, como a falta de zelo com a nossa casa.

“Estamos presenciando os sintomas da falta de zelo com a nossa Casa Comum. Enfrentamos secas extremas, enchentes e tragédias que são reflexo desse desequilíbrio”, alertou Dom Geovane.

Além disso, ele destacou a necessidade de um novo olhar sobre os recursos naturais, pelo foto de não ter um planeta reserva.

“A Terra tem seus limites. Não temos um planeta reserva. Ou cuidamos dela ou sofreremos ainda mais as consequências da nossa exploração predatória”, reforçou.

De acordo com o bispo, a Campanha da Fraternidade busca provocar mudanças de atitude, como transformação de dentro para fora e no estilo que vivemos.

“Toda transformação começa de dentro para fora, no estilo de vida que assumimos”, disse o bispo, mencionando que a Igreja incentiva o debate sobre o tema por meio de grupos de reflexão e encontros comunitários.

Fraternidade como chave para mudanças

A relação entre ecologia integral e fraternidade também foi enfatizada, destacando que não é possível cuidadr nossa casa sem diálogo e cooperação entre as pessoas

“Não é possível cuidar da Casa Comum sem diálogo e cooperação entre as pessoas e as nações. O mundo globalizado exige um espírito de fraternidade universal”, afirmou Dom Geovane.

O bispo ressaltou ainda os desafios impostos pela polarização social.

“O diálogo está sendo sufocado. Precisamos aprender a escutar e respeitar as diferenças. Não nos custa nada querer bem ao outro, independentemente de suas escolhas”, ponderou.

A Campanha da Fraternidade também chama atenção para os impactos das mudanças climáticas nas populações vulneráveis.

“Se não houver um esforço conjunto para frear esse processo, veremos cada vez mais deslocamentos forçados por condições climáticas insustentáveis. Os mais pobres serão os primeiros a sofrer”, alertou.

O chamado à ação e à conversão

A Campanha se estrutura em três pilares: ver e escutar a realidade, refletir sobre a aliança de Deus com o ser humano e agir para transformar o mundo.

“A Palavra de Deus nos ensina que a criação é boa e nos foi confiada. Somos co-criadores e responsáveis por preservá-la”, explicou Dom Geovane.

Ele ressaltou que a Quaresma é um tempo propício para mudanças. “É um período de reconciliação, não só com Deus, mas também com a natureza e com o próximo”, afirmou.

Além disso, a Diocese disponibiliza materiais de reflexão e incentiva a confissão como um meio de renovação espiritual.

Portanto, o bispo concluiu sua fala enfatizando a responsabilidade coletiva, além disso destacou que precisamos de ações concretas dos governos e da sociedade como um todo.

“Cada um pode fazer sua parte, mas também precisamos de ações concretas dos governos e da sociedade como um todo. A COP 30, que será realizada no Brasil, será um momento crucial para discutirmos essas questões”, finalizou.

A Campanha da Fraternidade 2025, portanto, reforça o compromisso da Igreja com a construção de um mundo mais sustentável e fraterno.