Amanda Quintiliano
Ao longo do último mês o clima foi de tensão para quem depende dos serviços da nefrologia do Hospital São João de Deus. De um lado a superintendência propondo novos valores à clínica responsável pelos atendimentos, do outro os médicos resistentes à nova proposta. Agora, o impasse parece ter acabado. A assessoria de comunicação da unidade confirmou que houve um acordo.
Teoricamente os seis médicos deixariam o hospital neste sábado (27). O prazo foi concedido pela superintendência depois de uma tentativa frustrada de negociação. Os 30 dias foi reafirmado pelo Ministério Público que recomendou aos profissionais não deixarem a unidade antes deste período para evitar a desassistência.
Fechamento
Mesmo que a empresa não continuasse, o risco de fechamento no setor de nefrologia chegou a ser descartado pelo promotor Sérgio Gildin. Caso não houvesse a renovação do contrato, novos profissionais iriam assumir o serviço. Em entrevista, no início deste mês, Gildin disse que a Dictum – empresa interventora do hospital – tem carta branca para renegociar os contratos.
A proposta é adotar um novo modelo. Ao invés da clínica Nefromed receber um valor fixo por mês, ela receberá por procedimento. A medida é para equilibrar o caixa do hospital e foi adotada com outras especialidades.
Dos 33 contratos de clínicas médicas existentes no hospital, 26 já foram renegociados. Os seis restantes dependem de revisão de valores e composição assistencial.
Atualmente 225 pacientes fazem tratamento na nefrologia, sendo 194 por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e 31 entre conveniados e particulares.