Amanda Quintiliano

 

Divinópolis avança para crescer as margens dos trilhos da ferrovia (Foto: Christyam de Lima)

Divinópolis avança para crescer as margens dos trilhos da ferrovia (Foto: Christyam de Lima)

Nos trilhos do desenvolvimento. Parece clichê, mas essa frase resume o momento atual de Divinópolis. Completando 102 anos, a cidade deu dois passos importantes. Um foi com a aprovação do Plano Diretor e o segundo com a criação da Zona de Urbanização Específica (ZUE), denominada Cidade Tecnológica. Por enquanto, são apenas leis revertidas de esperança que sinalizam um futuro diferente, pelo menos, para as próximas gerações.

 

Esse cenário de expectativas se reforça quando o município ganha destaque nacional. O mais recente, foi a veiculação de uma matéria na revista Exame, onde a cidade aparece em quarta posição entre as com o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Mas, não foi esse ranking que chamou a atenção. No topo da lista aparece Rio das Ostras, Rio de Janeiro, que deixou a posição de mais pobre.

 

O município mostrou que é possível melhorar a qualidade de vida da população com o bom uso dos royalties do petróleo. Porém, os royalties por si só não justificam os avanços sociais. Para tudo isso ocorrer foi necessário planejamento. E é ai, que Divinópolis começa a se assemelhar com o município do Rio de Janeiro.

 

Plano Diretor

 

A revista aponta como um dos fatores predominantes a elaboração do Plano Diretor em 1999. Com 15 anos de atraso,

Gilson disse que o plano apresenta diagnóstico e soluções para os problemas (Foto: Amanda Quintiliano)

Gilson disse que o plano apresenta diagnóstico e soluções para os problemas (Foto: Amanda Quintiliano)

Divinópolis aprovou o documento, elaborado por técnicos da Funedi/Uemg. Na cidade mineira o plano já é lei, apesar das divergências ainda existências. E, quando, de fato, deixar o papel, os ganhos em desenvolvimento social, econômico e sustentável, poderão mostrar que a princesinha do Oeste ainda pode figurar entre as melhores do Estado.

 

“Aquelas cidades que se complicaram ao longo do tempo estão rediscutindo o Plano Diretor e aquelas que estão em fase de crescimento também. No ponto de vista da modernidade qualquer cidade precisa ter uma disciplina de planejamento. E, o Plano Diretor passa a ser um instrumento fundamental, porque ele dá a direção de como crescer de forma sustentável”, afirmou o presidente da Funedi/Uemg – instituição responsável pela elaboração, Gilson Soares.

 

Mesmo com a obrigação apenas de elaborar o documento, o presidente da instituição na abre mão de acompanhar cada passo.

 

“É preciso que a população acompanhe, que não seja uma tarefa só do Executivo. Que ela possa denunciar qualquer coisa que for contra a lei. Temos discutido com os delegados, a maioria está na periferia e na área rural, para participarem. Aproveito para dizer que o trabalho da Funedi não terminou com a entrega do plano, cabe a nós, até pelo conhecimento que temos, denunciar as mazelas que acontecem”, concluiu Gilson.

 

O plano aponta as áreas destinadas para a implantação de indústrias, para a construção de prédios e casas, áreas verdes e de lazer, dentre vários outros itens. Para a elaboração houve um estudo técnico, diagnóstico dos problemas, o que resultou em propostas de soluções. Na mesma linha no Plano Diretor, Rio das Ostras também aprovou, no mesmo ano, a Zona Especial de Negócios, área oferecida gratuitamente a empresas interessadas em se instalar na cidade.

 

Cidade Tecnológica

 

Afonso diz acreditar no desenvolvimento com a Cidade Tecnológica (Foto: Divulgação/Arquivo)

Afonso diz acreditar no desenvolvimento com a Cidade Tecnológica (Foto: Divulgação/Arquivo)

Com diferenças de semana, Divinópolis também conseguiu aprovar na Câmara Municipal a criação da Zona de Urbanização Específica (ZUE), a Cidade Tecnológica. O complexo surgiu como esperança para o setor empresarial e como promessa de geração de emprego e renda. Para o presidente da Fiemg – regional Centro-Oeste, Afonso Gonzaga ela é sinônimo de desenvolvimento.

 

“Precisamos abrir as portas para o desenvolvimento, principalmente na indústria limpa que é o setor de tecnologia. Espero que os projetos sejam apresentados, que possamos estar juntos, buscando ações para valorização”, destacou.

 

Afonso reconhece ser um processo lento e exemplificou com o Parque Tecnológico de São José dos Campos, foram mais  de 10 anos até a implantação.

 

“Participei de reuniões em São José dos Campos, o processo é lento, mas é o caminho da conquista da tecnologia, a indústria do conhecimento com as universidades, e podemos propor um novo tempo, buscar ações tanto para desenvolvimento, como para o crescimento”, afirmou e acrescentou: “Divinópolis nunca perderá sua posição de polo”.