Importação de produtos lácteos tem causado grande prejuízo ao setor no Brasil.
A importação de produtos lácteos do Mercosul tem sido um assunto bastante criticado pelo setor agropecuário no Brasil. Em junho, instituições representativas do produtor de leite como a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite) e outras 17 entidades, em conjunto com a Frente Parlamentar em Apoio ao Produtor de Leite, reuniram-se com representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Ministério da Agricultura e Pecuária. Nesse sentido, o intuito do encontro era reivindicar a adoção de medidas emergenciais em relação a essa prática.
Desde então, a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) vem se posicionando fortemente contra às importações, entendendo que o setor leiteiro no Brasil, que é historicamente grande produtor, vem tendo grandes prejuízos.
Vice-Presidente da FPA no Sudeste, o Deputado Federal Domingos Sávio (PL-MG) afirmou que o trabalhador rural tem sido amplamente desrespeitado por essas medidas.
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“Estão dizimando o produtor de leite. Essa importação está beneficiando apenas grandes multinacionais e acabando com o pequeno produtor. É inimaginável que o Brasil se torne um importador de produtos lácteos, como o queijo. E isso está acontecendo. Dessa forma, caso continue essa importação de outros países, o Brasil se tornará dependente da compra de produtos em que é produtor em grande escala”, destacou Domingos.
Prejuízos da importação
Entre janeiro e abril deste ano, o Brasil importou 59 milhões de quilos de leite em pó, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária. A exemplo do leite em pó, a importação de queijo também quase dobrou: de 7 passou para 12 milhões de quilos. A maior parte dos produtos importados vem da Argentina e isso, de acordo com Domingos Sávio, não tem feito diferença no bolso do brasileiro.
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“Se vai importar um produto que temos em grande quantidade no Brasil, obrigatoriamente o preço nos supermercados devem ser menores. E não temos visto isso. Essa vantagem não está chegando ao consumidor final, que é a população. Além disso, nem o leite e nem seus derivados estão ficando mais baratos. A consequência disso? A produção rural está caindo cada vez mais. Isso é um absurdo”, reforçou.
Nesse sentido, o deputado se mostrou bastante preocupado com o cenário futuro.
“Quando o Governo não apoia a produção local, o risco da queda de qualidade dos produtos num curto prazo é muito grande. E pior: se pensarmos a médio/longo prazo, a probabilidade é de ocorrer um desabastecimento. Isso seria trágico para todos nós”, concluiu.