Suspeito preso no Rio de Janeiro confessou ter matado a motorista de app Sheilla; Polícia ainda investiga participação de outros envolvidos, mas trabalha com hipótese de latrocínio
Amanda Quintiliano e Fabrício Salvino
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) revelou detalhes sobre o desaparecimento da motorista de app Sheilla Angelis, de 36 anos, na quarta-feira (4/10). Embora, o suspeito já preso no Rio de Janeiro Rafael Monteiro tenha confessado o crime, o órgão ainda aguarda a confirmação por meio de exames laboratorias.
A polícia civil trabalha com a hipótese de latrocínio, embora as investigações continuem em andamento. Dentro, as apurações está o possível envolvimento de um terceiro envolvido. Rafael Monteiro disse ter a matado a mando de outra pessoa.
O suspeito matou Sheilla brutalmente em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, segundo o delegado Weslley Castro, chefe do 7º departamento, após reagir a um assalto.
Antes, durante um sábado (9/9), o suspeito fez uma corrida por meio do aplicativo com a motorista. Já no fim do dia, usou o telefone de um adolescente para entrar em contato com Sheilla. Ele solicitou outra corrida, porém particular, ou seja, fora do aplicativo.
O homem embarcou na Região Central de Divinópolis e seguiu até o Bairro Elizabete Nogueira. Lá, ele a rendeu com uma faca e a fez descer do veículo.
Ela, então, reagiu. Daí, ele tentou um golpe de asfixia. Como não conseguiu, pegou uma telha e bateu várias vezes na cabeça dela.
Mesmo ferida, ela ainda teria reagido. Com isso, ele a enforcou com uma corda até desmaiar.
Usou a mesma corda para amarrá-la, a colocou no porta-mala do carro roubado e desferiu quatro golpes de faca.
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O corpo é da motorista de app Sheilla?
A polícia cinformou, por meio, de resultado dos exames laboratorias que o corpo encontrado no dia 27 de setembro é mesmo de Sheilla. O suspeito confessou ter tentado o ocultar na comunidade rural de Trindade, em Marilandia, distrito de Itapecerica, a 16 quilômetros do local do crime.
Depois de ocultar o corpo, o casal passou por São João del-Rei, no Vale das Vertentes, onde tentou efetuar uma compra com o cartão de crédito da motorista. Depois, o casal tentou passar, já no Rio de Janeiro, onde chegou por volta das 6h do dia seguinte.
Em depoimento, Rafael disse que ficou com cerca de R$ 3 mil que eram da motorista, além do carro, como pagamento pelo crime.
No carro apreendido no Rio de Janeiro a polícia também coletou provas.
“O carro da Sheilla foi encontrado no Rio, onde foi possível ver visivelmente manchas de sangue sobre o carpete do porta malas e esse material foi encaminhado para o laboratório daqui de Divinópolis para confronto genético.”, disse a perita Paula Lamounier.
A namorada
A polícia também investiga o envolvimento de Leticia Oliveira, namorada de Rafael.
“Ela informa que ela não teve participação nenhuma no crime, que ela não teve participação nenhuma em mandar, nenhuma participação. Então, somente tomou conhecimento quando o corpo foi ocultado, oportunidade então que ela pediu que ele se entregasse. Ainda assim ele se negou a se entregar, então ela disse que o entregaria a polícia, oportunidade então que ele passou a ameaça-la caso assim fizesse”, conta Costa.
De acordo com a PCMG, Letícia não estava com o namorado no momento do assassinato. Após matar Sheilla, ele foi até a região do bairro São João de Deus. Letícia, então, solicitou uma corrida de aplicativo da casa dela até o endereço.
Ela levou três malas e também os dois gatos apreendidos no Rio de Janeiro. Ao motorista do aplicativo, ela revelou que estava de mudança para a cidade carioca. Quando chegaram ao destino, o motorista de app teria ido para colocar as malas delas no porta-malas do carro do suspeito. Contudo, ele pediu para colocar no banco de trás. Isso porque o corpo estava escondido nele.
Casal estava trabalhando no RJ
No Rio de Janeiro, o casal havia estabelecido residência. Ela trabalhava em um shopping em Botafogo, para o qual já prestava serviço remoto, e ele em uma loja de açaí.
Eles moravam em uma região conflagrada.
Identificação do casal
A Polícia Civil identificou Rafael 48 horas após o desaparecimento de Sheilla a partir de pagamento realizado em uma praça de pedágio.
“Solicitamos a prisão dele no dia 14 de setembro e decretada pela justiça no dia 15. Foi uma prisão preventiva já que as provas levando até ele eram mais fortes, inclusive em uma das praças de pedágio, aliás em mais de uma, ele fez o pagamento com seu próprio cartão de crédito”, explica o delegado regional Flávio Destro.
A polícia também monitorou as redes sociais de Rafel, ajudando a identificar também a namorada. No caso dela, a polícia decretou prisão temporária, já que está em investigação as circunstâncias do envolvimento dela.
Por que a polícia não prendeu o casal antes?
A prisão não ocorreu antes de domingo (1/10), primeiro, porque a polícia tentava identificar o endereço no casal no Rio de Janeiro. Após identificar, planejava a ação policial, já que moravam em região conflagrada e havia, por exemplo, escolas pertos.
A ação estava marcada para segunda (2/10), um dia depois da prisão do casal que ocorreu após ocorrência de maus-tratos a animais.
O casal continua preso no Rio de Janeiro. Porém, a polícia já solicitou a transferência para Divinópolis.
A polícia os identificaram já na delegacia após consultar o veículo e constatar que era roubado. Em contato com a polícia de Minas Gerais, foi informado que havia mandado de prisão contra o casal.