Aumento combustível gasolina
(Foto: Divulgação/Agência Brasil)

 

Apesar do reflexo, o ato contra os constantes reajustes da gasolina é apoiado pelos postos 

Marcelo Lopes

Segue em andamento os protestos realizados por caminhoneiros nas principais estradas de Minas Gerais. As manifestações, feitas de forma voluntária pelos motoristas desde esta segunda-feira (21) tem, como objetivo, reivindicar a redução nos preços de combustíveis e repudiar os constantes reajustes feitos nas tarifas de diesel e gasolina, que faz parte de uma política adotada pela Petrobrás desde julho de 2017.

Na região Centro-Oeste, também há manifestações. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, na MG-050, alguns caminhoneiros continuam protestando de forma pacífica no acostamento da rodovia pelo alto do quilômetro 132. Já na BR-381, em Oliveira, também continuam ocorrendo protestos na região do quilômetro 671, mas o trânsito segue liberado.

Situação nos postos

Toda esta paralisação está gerando reflexos nos postos de combustíveis de Divinópolis. O gerente de um dos estabelecimentos, Luciano Pereira, disse ao PORTAL que não há uma previsão de ter um reabastecimento. Segundo ele, o caminhão está pronto para repor os produtos no local, mas não saiu da base. Ele prevê que se continuar não chegando, até a tarde desta quarta (23), os combustíveis estarão em falta.

Apesar de todo o contratempo e prejuízos, Luciano apoia as manifestações para ter os devidos resultados.

“Todo dia tem reajuste. Faltar o combustível no posto é terrível. Você tem um cliente para atender e não tem o combustível para atender é muito desagradável, mas acho que esta paralisação é mais do que necessária. A população, de uma certa forma, deveria apoiar e ver com bons olhos e tudo isso se faz necessário, devido a este momento que estamos passando”, disse.

Já no posto onde Rivaldo Silva trabalha, o gerente diz que para esta terça (22), os produtos estão disponíveis para a clientela se abastecer e a situação está estável no estabelecimento. O mesmo também está do lado dos caminhoneiros.

“Por mim, eles não deveriam nem sair da garagem. Tinham que ficar estacionados e não sair para deixar faltando por uma semana para ver se o governo toma vergonha. Eu apoio totalmente o que eles estão fazendo, pois, infelizmente, pagar R$ 4 no diesel é brincadeira. Isso é um absurdo. Eu sou totalmente a favor dessa paralisação, para ver se tomam uma atitude e abaixam o preço do combustível”, declarou.

Geraldo Magela é proprietário de um estabelecimento e ele disse para o PORTAL que possui uma carreta de gasolina parada em uma garagem e de álcool paralisada em um posto em Araguari. No posto dele, o álcool já acabou e ainda resta uma quantidade de gasolina e óleo. Em um outro, ele ainda tem os três itens, mas o álcool também está acabando. Sobre os protestos, ele é favorável.

“Passou da hora (…) antes dessa política de aumentar o combustível, se comprava uma carreta de gasolina por R$ 90 mil. Essa minha que está na garagem, hoje, ela subiu R$ 35 mil, mais de 30%. Porque subiu mais de 30%? Chega. Eles estão cobertos de razão e estou em prol disso”, disse Geraldo.

Redução

Na manhã desta terça (22), a Petrobrás anunciou que irá reduzir os preços do diesel e da gasolina nas refinarias a partir desta quarta (23), após realizar reuniões devido aos protestos feitos pelos caminhoneiros.

De acordo com a empresa, o diesel será reduzido em 1,54% (a primeira redução desde o dia 12). Já a gasolina, será diminuída em 2,08% (a primeira redução desde o dia 03).

Entretanto, ainda não foi divulgada a suspensão da paralisação. Inicialmente, os representantes de sindicato pretendem manter até sexta-feira (25).