Os servidores cobraram explicações dos conselheiros (Foto: Amanda Quintiliano)

O parcelamento de R$ 2,9 milhões aprovado na semana passa pelo Conselho do Diviprev provocou reação dos servidores. Insatisfeitos com o resultado da votação, a categoria promoveu reunião, na noite desta terça-feira (03), no Sindicato dos Trabalhadores Municipais (Sintram), para cobrar explicações dos conselheiros.

A dívida é referente aos meses de setembro, outubro, novembro de 2016. Por oito votos a cinco foi aprovado pelos conselhos o parcelamento em 48 meses. O servidor da Secretaria de Planejamento Urbano, Welington Silva acredita que a votação foi sobre pressão.

“Entendemos que os companheiros recebem muita pressão e refletem nas decisões, como nesta. A administração não dá oportunidade para os conselheiros pensarem e as decisões acabam sendo em desfavor da categoria. Queremos que os conselheiros tomem decisões de acordo com a vontade da categoria, afinal, eles foram eleitos por nós”, afirmou.

Welington ainda disse temer pelo futuro do instituto que, segundo ele, transformou-se em um banco para socorrer a prefeitura.

“O prefeito não paga o patronal, chega no final do ano e pede o parcelamento”, completou.

Além de cobrar mais aproximação entre conselheiros e servidores, a categoria também queria entender a urgência na aprovação.

“Quais as consequências se este parcelamento não tivesse sido feito? Iria bloquear repasses que iriam atrasar o pagamento dos servidores”, indagou o servidor da Secretaria de Obras, Edson Antônio.

 

Conselho

Os servidores cobraram explicações dos conselheiros (Foto: Amanda Quintiliano)

O membro do conselho fiscal, Marco Antônio Pinto Silva disse que no caso específico do parcelamento a reunião foi marcada para as 15h e eles tiveram conhecimento apenas às 13h. Alguns conselheiros tentaram suspender a votação para levar a proposta aos servidores, entretanto foram “voto vencido”.

“O que fizemos ontem [reunião com os servidores] foi mostrar que essa votação, esse projeto de parcelamento foi passado para nós em cima da hora”, afirmou.

Na lista de justificativas para colocar o parcelamento em votação às pressas estava o bloquei do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e também da verba da repatriação que deverá ser usada para o pagamento de parte do 13º salário.

“O prefeito não pode atrasar mais de 90 dias. Quando isso ocorre a verba federal é bloqueada, por isso tinham urgência. Eu nem sou contra o parcelamento, sou contra colocar em votação às pressas sem conhecimento da categoria. Isso também deveria ficar para o prefeito que assumiu. As vezes ele conseguiria pagar. E também não há nenhuma garantia que o dinheiro será para o 13º. O prefeito atual pode resolver não usar para isso”, argumentou.

Os conselheiros assumiram o compromisso de a partir de agora votar contra qualquer projeto que reflita na categoria sem antes conversar com ela.

Decisões

A partir da reunião de ontem (03) a categoria definiu organizar plenárias visando informar, esclarecer, ouvir propostas para aproximar-se dos assuntos referentes ao Diviprev. Antes das votações, as demandas também deverão ser apresentadas e um grupo de estudo deve ser montado para tratar da reestruturação do instituto.

Os servidores também querem a prestação de contas, relatórios detalhados das finanças do instituto. Este compromisso já teria sido assumido pela nova superintendente, Regina Alves.

O Sintram e o Sintemmd devem realizar ainda no primeiro semestre deste ano um fórum para debater questões relacionadas ao Diviprev.