Rio Itapecerica Divinópolis
A cena é comum para quem passa diariamente pela ponte (Foto: Amanda Quintiliano)

Diego Henrique

A poluição do Itapecerica já tem afetado a fauna do principal rio que corta o município. Nos últimos dias, centenas de peixes foram vistos por moradores do bairro Manoel Valinhas, na superfície da água, a procura de oxigênio, o que pode ser um indicativo do excesso de poluição.

Rio Itapecerica Divinópolis

Da ponte de acesso ao bairro Manoel Valinhas é possível ver a agonia dos peixes (Foto: Amanda Quintiliano)

Segundo o biólogo Claudemir Cunha, é comum neste período do ano a diminuição do oxigênio da água, devido ao baixo volume do rio, porém, quando os peixes começam a subir até a superfície, é sinal de alerta.

“Da última semana de Julho até a segunda quinzena de agosto, é normal a aparição de cardumes no que chamamos de lamina d’agua, porém, quando eles começam a colocar a cabeça para fora da água significa que a quantidade de oxigênio disponível é puca,” explicou o biólogo.

Um dos fatores que pode contribuir para a falta de oxigênio é a mudança da temperatura da água, mas o fator em que mais chama a atenção do biólogo é o esgoto que é descartado in natura no rio.

“Para evitar que esses peixes cheguem à superfície, o mais adequado para o momento seria o início da instalação dos interceptores de esgoto para evitar a queda no rio Itapecerica,” disse.

Copasa

A Superintendência Regional de Meio Ambiente (Supram) liberou a licença ambiental para o início das obras da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Mesmo assim, a data para começar a construção ainda é uma incógnita.

Em nota, a Copasa informou que está reavaliando o cronograma de obras e, em breve, divulgará os prazos previstos para início das obras.