Willian Barcelos questionou gasto de R$200 mil com um único paciente; Gláucia usou a tribuna para rebater denúncias do parlamentar

A secretária de saúde de Nova Serrana, Gláucia Sbampato rebateu, nesta terça (12), as denúncias feitas pelo vereador Willian Barcelos (PTB). Ele relatou, na última semana, suposto esquema de desvio de dinheiro público a partir de contratos firmados pela prefeitura. O principal alvo, era a saúde. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), foi instaurada para apurar o caso.

Glaucia classificou como “infeliz” a declaração dada pelo parlamentar de que o esquema era “cabal”. Disse ainda não ter sido procurada por ele para explicações, antes dele usar a tribuna.

Gestão compartilhadas

A gestão compartilhada foi definida, segundo Glaucia, após os problemas serem identificados. Logo quando assumiu a pasta, ele transferiu o gabinete para a UPA.

“Por algumas vezes, cheguei até a dormir naquela unidade, para de fato saber o que acontecia de errado e buscar a solução junto com toda a equipe”.

A Organização Social vencedora “Hospital Maternidade Therezina de Jesus”.

Problema maquiado

O vereador chegou a dizer que os problemas da UPA foram maquiados. Isso porque parte dos pacientes são transferidos para o Hospital Santa Mônica em Divinópolis a partir de uma permuta. O município trocou um terreno pelos atendimentos. As transferências, segundo Gláucia, ocorrem a partir de critérios.

“Pergunto ao vereador quando ele disse que apenas um paciente consumiu R$ 200 mil desse valor do hospital, quanto será que vale a vida de uma pessoa? Queria perguntar para quem nos ouve, familiares das 142 pessoas, até o dia de hoje, atendidas pelo Santa Mônica, quanto valeu a vida do seu ente querido?”, provocou.

Contrato

Sobre o contrato do município com a OS a secretária voltou a frisar economia próxima de R$18 milhões. O contrato é de aproximadamente R$ 60 milhões.

Além deste montante, o município repassa R$8,1 milhões ao Hospital São José. Os relatórios são encaminhados ao Ministério Público e ao Conselho Municipal de Deus.

A prestação de contas também é feita para uma comissão de acompanhamento. Formada para supervisionar a aplicação dos recursos, Willian Barcelos foi o indicado pelo Legislativo para participar. Entretanto, segundo a secretária, como membro representante, ele não compareceu em nenhuma reunião.

Serviços prejudicados

Glaucia ainda disse que, mesmo com o Estado retendo repasses, o município não poderia cancelar serviços ou negar atendimento. Segundo ela, os setores passaram apenas por readequações seguindo o contingenciamento financeiro.

“Como deveríamos fazer então, alertar a população para não adoecer e não mais procurar a UPA, para não procurar transporte para a continuidade dos tratamentos oncológicos e de hemodiálise? Acredito que o alerta não resolveria o problema”, disse.

A secretária negou ainda prejuízo com a locação de um terreno (R$33 mil) para abrigar o complexo de saúde, dentre as unidades o Hospital Dia. Entretanto, por questões de fatalidade, ele não será instalado, e a área foi colocada à disposição do proprietário.

Fatura Exposta

Ela contestou ainda o envolvimento do OS na “Operação Fatura Exposta”.

“Pelo o que apurei a ação foi deflagrada pela Polícia Federal, em abril de 2017 e investigava a venda de próteses, não tinha nada a ver, inclusive eu tenho uma certidão negativa da OS”, apontou.

Heloísa e André

Gláucia voltou a defender a atuação dos ex-funcionários André Luiz Tavares (administrador) e Heloísa Aparecida Lacerda e Silva (médica). Como já havia declarado ao PORTAL, ambos eram comissionados e deixaram os cargos para serem contratados como prestadores de serviço por meio de contrato jurídico.

A médica possui quatro empresas, uma como diretoria técnica e outros três como plantonistas em sociedade com outros médicos. Já André possui um contrato para administração da unidade. Em ambos os casos, a secretária alega que houve economia já que o município deixou de arcar com encargos.

Transparência

Toda a documentação das etapas do processo licitatório para contratação da OS, segundo Glaucia, foram entregues ao Ministério Público.