Em três meses, o número de pacientes aguardando vagas em hospitais caiu na unidade de Divinópolis                                                               

Em três meses de gestão do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS) a taxa de permanência de pacientes na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de Divinópolis, aguardando vaga em hospitais reduziu de 59 para 19, ou seja, 67,7%. O balanço foi apresentado, nesta sexta-feira (06), por representantes da Organização Social e pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).

O instituto também conseguiu diminuir a média permanência de internação, passando de 1.8/dia para 1.2/dia. Para todas as modalidades, o tempo de espera agora é de 15 a 45 minutos.

Para alcançar os índices, novas metodologias foram implantadas. Dentre elas está a unificação das regulações do Sus Fácil com a do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), como já mostrou o PORTAL GERAIS. A partir dela, o Samu tem autorização para identificar os leitos e fazer a transferência do pronto-atendimento para hospitais de baixa e média complexidade.

Outra medida foi a organização do atendimento médico. O serviço foi fragmentado em três setores: Fast Track, aqueles considerados verde e azul pelo protocolo de Manchester; amarelo e laranja, classificados como muito urgente; e o de emergência, os vermelhos.

Foi implantada também uma unidade de resposta rápida, gerando a melhoria de fluxo de pacientes e a diminuição do tempo de espera.

“Ela conseguiu ordenar o fluxo de forma que o paciente, principalmente o verde e o azul, de demandas mais clínicas, tenha um atendimento mais rápido com o aporte de exames laboratoriais e também de outros procedimentos, tudo na porta da unidade. Então, criamos um novo giro de atendimento e conseguimos, assim, colocar os pacientes amarelos, laranjas e vermelhos, também em outros locais setorizados da UPA”, detalhou o assessor técnico do IBDS, Paulo Maia.

Houve ainda a implementação de pacotes de exames por agravo e afetos à urgência. Desta maneira, os pacientes com pedidos de exames de rotinas são direcionados para a atenção primária, já que podem ser agendados.

A UPA atende cerca de 375 pessoas por dia de Divinópolis, São Sebastião do Oeste, Carmo do Cajuru e São Gonçalo do Pará. Com as ações adotadas, o percentual de pacientes cadastrados para acesso hospitalar ficou mais criterioso refletindo na redução, passando de 6,5% para 4,5%.

Folha de pagamento

O novo contrato também refletiu na redução do custo na UPA de Divinópolis. Com a remoção de algumas clínicas, como neurologia, o número de profissionais reduziu. Isso também foi impactado pela nova escala de trabalho adotada e pela retirada dos servidores efetivos que eram cedidos e arcados pelo município. Só os efetivos, representavam R$1.040 milhão na folha de pagamento.

Com isso, de setembro para outubro, a UPA saiu de um custo mensal de R$2.295 milhões para R$1.517 milhão.

“Foram várias as ações que culminaram nisso, apesar de que o contrato agora de gestão da UPA é fixo no valor global de R$1.517 milhão. Dados assistenciais poderão ser modificados, variáveis, mas o valor se mantém fixo”, contou a diretoria de Urgência e Emergência, Cristiane Silva Joaquim.

Processo seletivo

Após assumir a gestão, em 30 de setembro, o IBDS conseguiu autorização, junto ao Ministério Público para que formalizasse um contrato emergencial com todos os servidores, com o objetivo de não interromper a assistência prestada.

A entidade ainda tem um prazo de 90 dias para elaborar e implementar o processo seletivo simplificado, para todas as categorias profissionais. O edital foi publicado, as provas aplicadas e o resultado deverá ser divulgado hoje.

Prioridades para 2020

Com os resultados obtidos nos primeiros meses, o instituto e o município ainda acreditam que outras melhorias precisam ser encaradas como prioridade. A necessidade de investir na educação permanente, na mudança de paradigma dos profissionais que lá trabalham e também alguns processos de melhorias de estrutura da unidade, são citadas como os próximos desafios.

A partir de janeiro, a atenção primária começa a receber uma contra referência do serviço de urgência de forma mais qualificada com a implementação de protocolos pelo IBDS.

“Ela proporciona que a equipe de atenção primária tenha um olhar diferenciado desse paciente que foi tratado na urgência. A UPA começa a assumir o seu papel, no tratamento das doenças crônicas ou das doenças agudas que já foram tratadas”, finalizou o secretário municipal de saúde, Amarildo de Sousa.

Edição: Amanda Quintiliano