Golpe era aplicado contra instituições financeiras; Esquema envolvia a utilização de técnicas de engenharia social
A Polícia Federal (PF) desencadeou, nesta quarta-feira (20/3), a operação “Endrômina”, visando desarticular uma organização especializada em fraudes bancárias. Entre as vítimas está o Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD) em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas.
A polícia cumpriu três mandados de busca e apreensão nas cidades de Jurema, em Pernambuco; São Bernardo do Campo e Osasco, ambas em São Paulo. Essa ação faz parte da Operação “Não Seja Um Laranja da Força-Tarefa Tentáculos”, em parceria com a Federação Brasileira de Bancos – Febraban.
Investigações
De acordo com informações da PF, o esquema envolvia a utilização de técnicas de engenharia social para desviar valores das contas das vítimas, que depositavam os montantes em contas pertencentes aos investigados.
Penalidades
Os envolvidos na operação são suspeitos de cederem suas contas bancárias de forma consciente para facilitar a prática dos crimes.
“Os envolvidos poderão responder pelos crimes de furto qualificado e de associação criminosa, cujas penas, se somadas, podem chegar a até 11 anos de reclusão, além de multa”, esclarece a PF em nota.
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CSSJD: uma das vítimas da fraudes bancárias
Um dos casos de destaque desta operação é o Complexo de Saúde São João de Deus (CSSJD). O hospital está entre as vítimas da quadrilha, com uma estimativa de perdas na casa dos R$ 140 mil. O banco identificou rapidamente o golpe e estornou os valores no dia 25 de março de 2023, minimizando os prejuízos financeiros para o hospital.
Em nota, o CSSJD relatou que o golpe ocorreu no 18 de janeiro de 2023, tendo registrado um boletim de ocorrência sobre o ocorrido na época. O hospital é vítima uma vez que o banco não cumpriu todos os protocolos de segurança.
Conforme o hospital, para retirada de qualquer valor das contas vinculadas a ele, são necessárias assinaturas concomitantes de dois diretores do Complexo de Saúde. Além disso, somente os computadores cadastrados, liberados e autorizados pelo banco podem fazer transações bancárias. Contudo, isso não ocorreu.
A ação se deu por uma ligação telefônica para a agência bancária quando o suspeito se passou pela então Diretora Presidente da Instituição.
“Na ocasião um dos assistentes do banco, que sequer havia tido qualquer contato com a Diretora, atendeu a ligação e liberou a ação, sem observância dos processos de segurança da própria agência bancária”, explicou.
Estorno do dinheiro
Assim, culminou no êxito do golpe aplicado à instituição bancária. A própria agência, conforme o hospitla, identificou a fraude, se reuniu emergencialmente com os Diretores do Complexo de Saúde e informaram sobre o golpe. Ao todo, os golpistas subtrairam R$ 140 mil de seis contas.
Todos os valores debitados das contas no dia 18 foram estornados à sua origem no dia 25 de março de 2023, pelo próprio banco.
“Por fim, destacamos que, apesar da instituição possuir mais de 100 contas por trabalhar com contas de valores públicos vinculados, apenas as seis contas foram afetadas, todas pelo não cumprimento do processo de segurança do banco, que não exigiu as duas assinaturas obrigatórias de seus Diretores à época.”, finalizou.