A “brincadeira” gerou 69 ocorrências no Centro-Oeste; Cemig alerta sobre riscos de acidentes graves
Somente nos seis primeiros meses deste ano, a Cemiga registrou 69 ocorrências com a rede elétrica causadas por pipas, deixando 19 mil casas sem energia. Em todo o Estado, foram 960 prejudicando 276 mil clientes.
Para o gerente de Segurança do Trabalho da Cemig, Lauro Fernando Ribeiro, a brincadeira de soltar pipas não deve ser realizada em áreas urbanas. De acordo com o especialista, a atividade deve ser praticada em áreas abertas, distantes da rede de distribuição da companhia e nunca com a utilização de cerol ou qualquer linha cortante.
“Hoje em dia, com a grande quantidade de redes de distribuição nos centros urbanos, a brincadeira de soltar pipas nesses locais ficou inviável. Caso a pipa fique presa em um componente da rede elétrica, a pessoa pode tomar um choque de até 13.800 volts. Por isso, é fundamental que os pais orientem seus filhos para evitar acidentes que podem até matar”, destaca.
O gerente alerta que nunca se deve tentar resgatar pipas presas na rede elétrica, pois o risco de acidentes é muito grande
“As redes de distribuição e transmissão, bem como as subestações da Cemig, são construídas dentro dos padrões das normas técnicas brasileiras com características e distanciamento que são seguros. Dessa forma, a aproximação indevida para retirar pipas presas à rede e o uso de cerol e linha chilena são os principais motivos de acidentes com a rede elétrica da companhia”, alerta.
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Lei proíbe uso de linhas cortantes
A lei 23.515/2019 proíbe a utilização de cerol ou linha chilena no Estado. Essa legislação, que veda a comercialização e o uso de linha cortante em pipas, papagaios e similares, está em vigor desde dezembro de 2019. A multa para quem for flagrado vendendo linhas cortantes varia de R$ 3.590 a R$ 179 mil (em casos de reincidência). Já quando a linha cortante apreendida estiver em poder de criança ou adolescente, seus pais ou responsáveis legais são notificados da autuação e o caso é comunicado ao Conselho Tutelar.
O especialista alerta para o fato de que o uso do cerol pode transformar uma simples linha de pipa em um material condutor e provocar choque elétrico ao entrar em contato com a rede. Além disso, muitas crianças amarram as pipas com arames e fios.
“São materiais altamente condutores e que acabam sendo energizados quando tocam os cabos da rede de energia, causando o choque elétrico”, afirma o gerente da Cemig.
As linhas cortantes também causam perigo a outras pessoas.
“Quando alguém utiliza uma linha cortante, pode cortar cabos de energia e causar acidentes graves para quem está brincando ou para outras pessoas. Além disto, o uso do cerol ou linhas cortantes em áreas urbanas pode cortar partes do corpo de motociclistas, ciclistas e pedestres, além das mãos de quem os utiliza”, orienta.
Um outro ponto de atenção é quanto às pipas que ficam agarradas em árvores na área urbana.
“Neste caso, ao subir na árvore para retirar a pipa, a pessoa pode não ver a rede elétrica no meio dos galhos, sofrer um choque elétrico e o acidente ser fatal pelo choque ou pela queda da pessoa”, finaliza o gerente.