A Polícia Federal em Divinópolis, com o apoio de policiais federais de Belo Horizonte e de Varginha/MG realizou operação nesta terça-feira (07) para combater fraude praticada contra a Caixa Econômica Federal.
A operação foi desencadeada a partir do inquérito policial nº 208/2013, em trâmite na Delegacia de Polícia Federal em Divinópolis, instaurado para investigar fraude praticada em detrimento da Caixa Econômica Federal (CEF). Segundo consta dos autos do inquérito, o empresário A.F.B (Fernando Benfica), dono de uma empresa de calçados em Nova Serrana (Ferrati) teria obtido um crédito de aproximadamente R$ 2 milhões junto a Caixa, apresentando como garantia inúmeras duplicatas mercantis.
Após o vencimento das duplicatas e não tendo ocorrido o pagamento, a CEF suspeitou da idoneidade dos títulos. Durante as investigações foram realizadas diligências em várias partes do país, sendo que foi possível comprovar que as empresas que constam como sacadas nos títulos dados em garantia não funcionam ou não existem. Cerca de 76 empresas foram lançadas como sacadas das duplicatas, mas após as investigações se constatou que aproximadamente 59 delas não existem de fato ou não reconheceram as transações comerciais que teriam subsidiado a emissão do título.
A investigação também apurou que depois de encerrar as atividades da empresa em nome da qual foram praticadas as fraudes, o empresário manteve em funcionamento uma outra empresa, no exato endereço, e ainda comercializa a antiga marca de calçados, valendo-se apenas de outra razão social. As investigações indicaram ainda que ele transferiu seus bens pessoais para o nome de terceiros, no intuito de se furtar de eventual ação de execução por parte da CEF e garantir o proveito do crime.
Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, quatro de prisão temporária e três de condução coercitiva, todos em desfavor do empresário, familiares e pessoas que de alguma forma auxiliaram na execução da fraude ou podem esclarecer detalhes sobre o crime.
Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 2ª vara da Justiça Federal de Divinópolis, que além das medidas já mencionadas, determinou o bloqueio de bens que estão registrados em nome de familiares do empresário. Estes bens poderão ser leiloados para evitar o prejuízo a CEF.
Os envolvidos responderão pelos crimes de estelionato e de associação criminosa.
Os presos serão encaminhados ao presídio Floramar em Divinópolis e os que forem conduzidos coercitivamente serão liberados após realização das audiências com o Delegado responsável pela investigação.