Amanda Quintiliano
A falta de clareza e transparência na investigação do desaparecimento de Ana Clara Pereira Gonçalves, de 05 anos, levou uma multidão até a porta da casa da menina na noite desta quarta-feira (16), em Carmo de Mata. Boatos tem se espalhado pelas redes sociais, afirmando que o padrasto teria confessado ter a matado e que a mãe seria cúmplice.
As informações foram, inicialmente, desmentidas pelo delegado responsável pelo caso, Douglas Camarano. No final da noite desta quarta, em entrevista, ele disse que não houve confissão e que a polícia estava refazendo o caminho pelo qual o padrasto teria dito que passou em busca de mais provas e também pela criança.
O delegado ainda disse que ele estaria tentando confundir o trabalho da polícia ao mencionar vários locais. Voltou a reafirmar que a todo o momento Alex Junior, de 27 anos, se contradiz. Camarano chamou a atenção para a quantidade de boatos que tem se espalhado pelas redes sociais e também pela cidade, dificultando também as investigações.
Buscas
As buscas foram realizadas até o final da noite de ontem (16) e serão retomadas nesta quinta-feira (17). Alex deverá ser interrogado outra vez ainda pela manhã de hoje (17). Até agora nenhuma informação mais concreta chegou à Polícia Civil. Dois delegados de Campo Belo estão dando suporte aos trabalhos. Além do padrasto, preso preventivamente por portar Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsa, a mãe já foi ouvida e um amigo dele.
Camarano negou ainda que tenha qualquer informação que incrimine a mãe. Até o momento, ela não é tratada como suspeita. Ela precisou ser retirada de casa por questões de segurança. O local para onde ela foi levada não foi revelado.
“A versão dela é a que ela deu desde o início e não há nada de concreto que a incrimine”, afirmou o delegado.
A mãe disse que viu a menina pela última vez na sala da casa dela. Ana Clara teria pedido para brincar em uma vizinha, mas ela não tinha permitido. A criança ficou no sofá emburrada e a mãe teria ido lavar roupa. Quando voltou para dentro de casa a menina não estava mais. No momento do sumiço, também estavam no imóvel o irmão mais novo e o padrasto.
Suspeitas
O padrasto é o principal suspeito. Câmeras de segurança registraram o momento que ele passa pela rua de carro no mesmo horário do desaparecimento apontado pela mãe. O veículo foi apreendido, mas nada foi encontrado dentro dele que aponte o paradeiro da menina ou explique o que teria acontecido.
Alguns objetos encontrados no carro foram levados para Belo Horizonte onde deverão ser analisados para verificar se há algum vestígio.