Deputado estadual manda recado para pré-candidatos que aguardam a decisão dele; Cleitinho afirma ser a favor da privatização da Copasa
Ilído Luciano
Amanda Quintiliano
Em entrevista ao PORTAL GERAIS, o deputado estadual Cleiton Azevedo, o Cleitinho (Cidadania) discorreu sobre vários assuntos, entre eles, seu voto favorável em uma possível votação pela privatização da Copasa e principalmente, sobre as eleições municipais deste ano.
No início da conversa, Cleitinho explicou que os problemas vistos em Divinópolis, quando ocupava uma cadeira na Câmara Municipal, são verificados em muitas outras cidades do interior do Estado.
“Tem muita gente que acredita que só em Divinópolis e na região que a situação está ruim, mas visitando outras cidades a gente percebe que os mesmos problemas são encontrados em todas as regiões do Estado. Mas, o que mais tem chamado a minha atenção é o mau uso do dinheiro público e o desperdício desse recurso”, afirma.
Ao percorrer grande parte de Minas Gerais, o divinopolitano cita o Vale do Jequitinhonha, no Nordeste e o Norte do Estado, como as regiões mais precárias e necessitadas de recursos financeiros.
“Rodamos em todas as regiões de Minas Gerais, posso te afirmar que o Vale do Jequitinhonha e o Norte de Minas são os lugares mais precários que tem. Então, se a gente olhar direitinho, a prioridade de envio de recursos é para essas duas regiões, todas as regiões necessitam, mas lá precisa muito mais”, sentencia.
Outros deputados praticam a política da busca e repasse de recursos para as suas bases eleitorais. Cleitinho alega fazer o inverso e confessa já ter havido mau entendimento com os colegas parlamentares, por não ficar preso apenas em seu domicílio eleitoral.
“Já houve desentendimento com colega de bancada. Alguns deputados chegaram para o líder do bloco do partido, ao qual eu faço parte e disse assim: “Olha, o Cleitinho esteve lá na minha cidade e eu não estou gostando disso não”, confessa.
Nova Política
Nas últimas eleições, tanto municipais quanto gerais foi registrado vários quadros de renovação, conhecida como nova política. Azevedo comenta sobre esse termo e faz comparação com a política praticada nos moldes antigos.
“A nova política é não fazer politicagem, não ter rabo preso com ninguém. É não ter compromisso com opiniões do partido, ideologias prontas. Nova política para mim é ser justo, é não se ater a ajudar somente o seu domicílio eleitoral e sim a cidade que estiver precisando. Por exemplo, tem cidades que eu não conquistei nenhum voto, na velha política eu nem iria lá, mas a nova política não tem interesse eleitoreiro”, explica.
Muito adepto a divulgação de vídeos nas redes sociais, Cleitinho afirma ser esse meio é muito eficaz para atingir a população, ele acredita que o recurso consegue atingir um número maior de pessoas.
“O normal na política é, chega a denúncia, leva para os órgãos competentes para resolver. Eu costumo dizer que as redes sociais são o quinto poder, os três primeiros são o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, temos o quarto poder que é a imprensa e as redes sociais são o quinto poder. Um vídeo alcança a população, como um requerimento oficial não alcançaria. Além do vídeo há um trabalho sério de fiscalização depois da divulgação do vídeo”, comenta.
Privatizações
O deputado divinopolitano se mostra aberto à discussão, com relação a algumas pautas consideradas polêmicas, que chegam à Assembleia. Um exemplo delas é a possibilidade de privatização de empresas públicas como a Codemig, Cemig e Copasa; ele questiona se o modelo atual de gestão em algumas empresas está atendendo bem a população das cidades.
“Um exemplo é a Copasa; as mesmas reclamações que ouvimos em Divinópolis, são ouvidas também em outros municípios. Isso demonstra que não está funcionando da maneira como é hoje, mudança tem que ter. Então, no caso específico da Copasa, eu acredito que a privatização seria interessante, porque haverá concorrência. Já a Cemig, mesmo também apresentando problemas, oferece um serviço melhor que a Copasa, então precisamos estudar melhor o caso da Cemig”, compara.
O deputado garantiu que, se o Governador Romeu Zema estiver em Divinópolis e garantir a retomada das obras do Hospital Regional da cidade, ele se compromete a reverter todas as suas emendas parlamentares, para a conclusão do empreendimento.
“Eu faço esse compromisso, de passar todas as minhas emendas parlamentares, se ele se comprometer a reiniciar as obras do Hospital Regional. Minhas emendas já ficarão em Divinópolis, mas se reiniciar as obras, ficarão todas para o hospital”, compromete-se.
Eleições Municipais
Cleitinho Azevedo faz questão de deixar claro que, não se considera um pré-candidato à Prefeitura de Divinópolis. O parlamentar diz que ouvirá a população, para decidir se disputará ou não o pleito municipal em 2020.
“Eu vou ouvir meus eleitores, se eles querem que eu seja candidato a prefeito, ou se querem que eu continue como deputado estadual; porque em um ano, eu consegui fazer mais que alguns que já estão deputados há 15 anos. Isso mostra que minha representatividade por Divinópolis está dando resultado sim. Precisamos analisar o que será melhor para a cidade. Se o melhor for eu continuar deputado, vou procurar um nome para apoiar a candidatura à prefeitura de Divinópolis.
O deputado mandou um recado para os possíveis pré-candidatos que condicionam suas candidaturas ao fato de Cleitinho sair ou não candidato a prefeito de Divinópolis.
“Vou dar um conselho para essas pessoas que estão em dúvida se saem ou não candidatos se eu também estiver concorrendo: É igual em um campeonato de futebol, quando você passa para a fase de mata-mata e fica escolhendo adversário, evitando enfrentar o melhor time. Você não quer ganhar? Não quer ser Prefeito? Então não tem que ter medo de mim não, saia candidato; se você acha que tem capacidade para administrar a cidade, não espere um posicionamento meu não, saia candidato e deixe a população decidir quem é o melhor”.
Cleiton citou uma pré-candidata à prefeitura de Divinópolis que o procurou em Belo Horizonte, a fim de montar chapa eleitoral com o irmão gêmeo do deputado, com o objetivo de ter o apoio de Cleitinho no pleito eleitoral deste ano.
“Eu nunca falei para meus irmãos saírem candidatos a nada. Pelo contrário, meu irmão gêmeo, Gleisson é quem me incentivou a sair candidato. Só que a pré-candidata a Prefeita Heloísa Cerri esteve em meu gabinete em Belo Horizonte, me perguntando o que eu acharia de uma parceria dela e meu irmão, em uma chapa na disputa municipal deste ano. Uma tentativa clara de conseguir meu apoio à candidatura dela. Hora, se eu achar que meu irmão tem competência para exercer um cargo eleitoral, é claro que eu vou apoiá-lo; mas isso será uma decisão exclusiva dele”, termina.